sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Cotidiano - IDEAL E SEGURANÇA

Olá,

 Toda criatura, além da defesa daquilo que assinalamos por "segurança pessoal", em alertando o raciocínio para o entendimento da vida, se reconhece na posse de um ideal superior, alimentando um sonho — a realização de algo nobre, que lhe proporcione mais ampla razão de ser na existência.

 Para isso, devaneia, estuda, trabalha e imagina o alvo das elevadas aspirações que pretende atingir. Contudo, nada se faz de útil, belo e grande, sem que a alma se faça útil, bela e grande no esforço máximo para a edificação da felicidade comum.
 Felicidade comum, porém, reclama serviço desinteressado aos outros e, à face de semelhante fato, a maioria das inteligências reencarnadas na Terra se acomoda, com o tempo, à tranquilidade ilusória do "deixa estar como está a fim de ver como fica".
 Em seguida, foge deliberadamente a contrariedades e problemas, transfundindo objetivos e visões dos planos de ação edificante trazidos à reencarnação, no sustento da própria segurança, a exaltar o instinto de conservação e a sentir-se realizada apenas com isso.
 A pessoa que entende a realidade do Mundo Espiritual, entretanto, já não consegue pensar assim. Convencida quanto à imortalidade, observa-se, não só com o dever de construir o melhor, mas também se reconhece num compromisso-extra consigo mesma: lançar a verdade nas consciências alheias, através do exemplo e das suas possibilidades de auxílio.
 Apenas manter o conforto em si, isto é, alcançar alguma estabilidade social, com alguma economia amoedada e algum entretenimento físico, não satisfaz, a rigor, àqueles que já se inteiraram da sobrevivência humana.
 Eis a razão pela qual o espírita jamais se contentará com a perda do seu ideal para preservar a sua segurança, pois, ao contrário do homem vulgar do mundo, a segurança do espírita tem base no seu ideal, sem fundamentar esse ideal na segurança própria.
 Ao invés da segurança de superfície, no espaço irrisório de um século, o espírita, longe de desertar dos deveres que lhe competem, por mais duros sejam, trata de cumpri-los, acendendo luzes de redenção por onde passe, ainda que isso lhe exija o consumo de todas as energias, certo de que lhe cabe seguir no encalço da segurança de sua consciência, vidas e mundos afora, em sua condição de espírito imortal.

André Luiz/Waldo Vieira                                      Sol nas Almas


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