sexta-feira, 24 de abril de 2015

Evangelho - ANTE À DOR

Olá,

Quando a alma mergulhou na carne referta de vibrações, desejou transmitir toda a musicalidade que conduzia virgem, e para que o tumulto do ambiente não lhe perturbasse a evocação, perdeu, paulatinamente, os registros auditivos para somente escutar nas telas da mente os acordes sublimes da natureza e de Deus — e Beethoven ficou surdo!

 Para expressar a melancolia suave e a pungente saudade de algo que não se pode identificar, Chopin experimentou a amargura do coração perdido entre desejos e decepções.
 Destinado a ferir as cordas da emoção e tan­ge-las com habilidade, o espírito retornou ao palco de antigas lutas para defrontar-se com inimigos acirrados e vencê-los através da auto-doação, en­chendo a Terra de musicalidade superior.
 Inquieto, todavia, fraquejando sem cessar, Schumann deixou-se arrastar pela caudal da obsessão, conquanto fi­zesse incomparável legado, através do Lied e das nobres melodias para piano -
 Oh! dor bendita, libertadora de escravos, dis­creta amiga dos orgulliosos, irmã dos santos, men­sageira da verdade, tanto necessitamos do teu concurso, que se nos afiguras um anjo caído, a serviço da misericórdia para sustentar-nos na luta redentora!
 Ensina-nos a descobrir a rota da humildade para avançarmos com acerto.
 A dor é a mensageira da esperança que após a crucificação do Justo vem ensinando como se pode avançar com segurança.
 Receba-mo-la, pacientes, sejam quais forem as circunstâncias em que a de­frontemos, nesta hora de significativas transformações para o nosso espírito em labor de sublimação.
O sofrimento de qualquer natureza, quando aceito com resignação — e toda aflição atual pos­sui as suas nascentes nos atos pretéritos do espírito rebelde — propicia renovação interior com amplas possibilidades de progresso, fator preponderante de felicidade.
A dor faculta o desgaste das imperfeições, pro­piciando o descobrimento dos valiosos recursos, inexoráveis, aliás do ser.
Após a lapidação fulgura a gema. Burilada a aresta ajusta-se a engrenagem. Trabalhado, o metal converte-se em utilidade. Sublimado pelo sofrimento reparador o espírito liberta-se.

 “De tal modo brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus.   Mateus: capítulo 5º, versículo 16.

 “Daí se segue que nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal”. O E.S.E. Cap.
5º — Item 5.

Nenhum comentário:

Postar um comentário