Olá,
Lembra-te da caridade da palavra, a fim de que possas praticar o
amor que o Mestre exemplificou.
As guerrilhas da língua, há séculos, exterminam mais vidas na
Terra, que todos os conflitos internacionais.
Há sempre uma lavoura extensa de trabalho regenerativo e
santificante no mundo, à espera do verbo que se inflama, não só de
verdade e franqueza, mas, também de compreensão e carinho ...
É pelos sinais escuros da língua que levantamos os monstros da
calúnia e as feras da discórdia nas furnas de trevas a que se acolhem ...
É por ela que multiplicamos os lagartos da inveja e os vermes da
maledicência...
Através dela, espalhamos os tóxicos letais da indisciplina e da
desordem e é ainda, por intermédio da espada verbalística, que
provocamos as grandes hecatombes do sentimento invariavelmente
expressas nos crimes passionais que envenenam o noticiário comum.
Aprendamos a praticar a sublime caridade oculta que somente a
língua pode realizar.
A pergunta inoportuna contida a tempo, a observação ingrata que
emudece a propósito, a frase amiga com que podemos soerguer os irmãos
transviados, a desistência da queixa, a renúncia às discussões estéreis e o
abandono de apontamentos irrefletidos, são expressões dessa bondade que
a boca pode estender sem que os outros percebam.
Sobretudo, não olvides os tesouros encerrados no silêncio e procura
com devoção incorporá-los ao teu modo de ser, a fim de que o teu verbo
não se faça sentir fora de tempo.
Quando nosso coração acorda para os ideais superiores do
Evangelho, a nossa inteligência adquire preciosos serviços de autofiscalização.
Conduzamos nossa língua a esse trabalho renovador da
personalidade e passaremos a viver em novo campo de simpatia,
irradiando o bem e recebendo-o, enriquecendo aos outros e engrandecendo
a nós mesmos, na abençoada ascensão para a Luz.
Emmanuel/Francisco C. Xavier "Construção Do Amor "
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