terça-feira, 12 de julho de 2016

ABSTENÊNCIA SEXUAL E APERFEIÇOAMENYO III

Olá,

 Celibato voluntário sem aproveitamento espiritual

Entre os Espíritos que se encontram em vida celibatária servindo às diversas ordens religiosas do mundo, somente uma minoria é que já educou e sublimou realmente os seus impulsos sexuais, pois a maioria tem, nesta experiência difícil de silêncio afetivo, uma grande oportunidade a fim de educar suas emoções e desejos para a vida espiritual superior.
Os hábitos exteriores da convivência regulada, da disciplina planejada, do regime afetivo e da vida de ascetismo não determinam, por si só, as conquistas dos valores espirituais.
Pode-se viver em pleno egoísmo e muito distante das virtudes cristãs. É o que vemos na pergunta de “O Livro dos Espíritos”, na Questão 698:
 “O celibato voluntário representa um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus?
 “Não, e os que assim vivem por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo.”

Vida monástica, por si só, não é sinônimo de evolução espiritual. Podemos passar uma vida toda com disciplinas rígidas e não aproveitá-las para o aprimoramento dos sentimentos.
Num regime de abstenção sexual, sem desenvolver os valores do coração, através do serviço de amor desinteressado aos semelhantes, a alma continuará estacionária e sem sublimação das energias sexuais.
O Espírito Emmanuel aprofunda esta análise sobre celibato e aperfeiçoamento espiritual:
“A criatura que abraça encargos dessa ordem está procurando ou aceitando para si mesma aguilhões regeneradores ou educativos, de vez que ordenações e providências de caráter externo não transfiguram milagrosamente o mundo íntimo. As realizações da fé, por isso mesmo, se concretizam à base de porfiadas lutas da alma, de si para consigo.”
 “Vida e Sexo” — Emmanuel / F. C. Xavier  LIÇÃO 25

 Causas mais comuns do celibato: inibições irreversíveis e processos de inversão

A esmagadora maioria dos Espíritos em vida celibatária, nas ordens religiosas ou fora dela, são criaturas menos elevadas em grandes lutas expiatórias para educar seus impulsos genésicos, que em vidas passadas foram muito mal aplicados. Agora voltam em abstinência sexual, não simplesmente por uma aceitação voluntária, mas, sim, impulsionados por duas forças poderosas de contenção sexual: inibições irreversíveis e processos de inversão, que são os complexos psicológicos profundos e o fenômeno da homossexualidade, seja no homem ou na mulher.
As causas espirituais são básicas na maioria das experiências celibatárias, como nos diz Emmanuel: “(...) encontramos aqueles outros, os que já renasceram no corpo físico induzidos ou obrigados à abstinência sexual, atendendo a inibições irreversíveis ou a processos de inversão pelos quais sanam erros do pretérito ou se recolhem a pesadas disciplinas que lhes facilitem a desincumbência de compromissos determinados, em assuntos do Espírito”.
 “Vida e Sexo” — Emmanuel / F. C. Xavier  LIÇÃO 23

 Podemos considerar os Espíritos, nestes casos acima, como submetidos ao regime de abstinência sexual involuntária, pois uma força mais poderosa do que a própria vontade ou aptidão, determinou este tipo de experiência para disciplinar e educar as suas energias desordenadas e muitas vezes confusas.

 Eunucos que se castraram pelo Reino dos Céus

O Evangelho nos fala dos “eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos Céus”.
Os eunucos serão, em nosso entendimento, aqueles que, com abstinência sexual e vida celibatária, entregaram a vida a benefício da Humanidade ou de si mesmos, em duas situações:
1º) a dos Espíritos Superiores que vêm com missão definida em atividades religiosas para impulsionar as criaturas humanas ao progresso espiritual e que aceitaram voluntariamente, vivendo num clima de amor, renúncia e humildade a bem dos semelhantes;
2º) a daqueles Espíritos que se encontram com necessidades expiatórias e aceitaram involuntariamente ou seja, sem a aprovação de um desejo íntimo. Trazem ainda muitos problemas morais por resolverem, através de um trabalho árduo e penoso de reeducação dos sentimentos, em busca do Amor Universal.
Os Espíritos do segundo caso não superaram ainda dificuldades e defeitos do sentimento e se encontram protegidos por uma determinada disciplina externa, à feição de um braseiro encoberto por pequena camada de cinzas, mas que, ao leve sopro das tentações e testes, voltam à tona das emoções e dos hábitos menos felizes, trazendo angústias, frustrações e desencanto.
Estão sujeitos a falhas e quedas no campo da afeição, pois todos os seus recursos genésicos não estão mortos nem imperfeitos mas, sim, algemados por inibições e inversões, as quais não lhes garantem absoluto afastamento dos deslizes do sentimento.
Apresentação exterior de religiosidade não determina conquista de valores espirituais e sublimação da energia sexual.
 O Espírito Emmanuel analisa, com agudeza psicológica, as criaturas com experiência de vida celibatária:
 «Esses eunucos, porém, muito ao contrário do que geralmente se afirma, não são criaturas psicologicamente assexuadas, respirando em climas de negação da vida. Conquanto abstêmios da emotividade sexual voluntária ou involuntária, são almas vibrantes, inflamadas de sonhos e desejos, que se omitem, tanto quanto lhes é possível, no terreno das comunhões afetivas, para satisfazerem as obrigações de ordem espiritual a que se impõem. Depreende-se daí a impossibilidade de se doarem a quaisquer tarefas de reparação ou elevação sem tentações, sofrimentos, angústias e lágrimas, e, às vezes, até mesmo escorregões e quedas, nos domínios do sentimento, de vez que os impulsos do amor nela se mantêm com imensa agudeza, predispondo-as à sede incessante de compreensão e de afeto.”  “Vida e Sexo” — Emmanuel / F. C. Xavier  LIÇÃO 23

Walter Barcelos                                 " Sexo e Evolução "

Deixe seu comentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário