Olá,
Quando em meditação, concluis que tudo parece conspirar contra as tuas aspirações de paz
sem jaça e de alegria sem cansaço. À frente, a estrada do sucesso vai palmilhada pelos
transeuntes da ilusão, e vê-los passar em triunfo.Um sentimento inusitado, então, impele-te a
segui-los.
Ante a impossibilidade, amargas em silêncio, provando tristeza e desencanto.Tens a impressão de que fracassaste.
Os que galgam os degraus da fama sorriem, e os
aplausos dos seus sucessos chegam aos teus ouvidos, produzindo música de dor.
Interrogas
o Senhor por que te demoras nas baixadas do anonimato, nas valas
do serviço obscuro e
nublam-se-te pelas lágrimas os olhos acostumados às paisagens ermas, onde a dor e o
desespero fazem pousada.
Desejarias avançar, experimentando a apoteose da admiração de todos, cercado de carinho,
recebido com destaque, distinguido pelas honrarias...
Não te equivoques, porém.
Se partes na direção dos enganados, com quem ficarão aqueles
que se arrimam aos teus ombros e se fortalecem com os teus auxílios?!
Que outros lábios
lhes dirão sobre a esperança e que outras mãos desejarão mergulhar na vasa fétida em que
se demoram, a fim de soerguê-los?!
Acendeste uma chama de amor nos seus corações e
não te deves permitir que se lhes apague, destinando-os a outras estranhas sombras.
A tua
é a tarefa da retaguarda, operário de segurança que o Senhor deseja te faças.
Não antecipes, desse modo, argumentações, justificando anseios enganosos.
A Terra não
pode, por enquanto, compreender os heróis da renúncia, sem exigir-lhes pesado tributo. O
sucesso entre os homens é das mais perigosas experiências a que vai submetido o
trabalhador do Evangelho.
Não o desejes enquanto na roupagem carnal.
Os aquinhoados de
agora não mais terão que receber.
Transfere para o Além as aspirações superiores e serve,
enquanto luze a tua preciosa e anônima oportunidade.
Os seguidores de Jesus são transeuntes solitários da via humana. Conhecidos, porém,
incompreendidos. Suportados, mas não amados. Ainda se disputam os homens, na escolha
entre Barrabás e Jesus, não o duvides.
Se O amas, realmente, desejas servi-lo, apaga-te e
foge a quaisquer honrarias, por mais sutis, porém sempre perigosas, quais sejam as
justificações, compreendendo que Ele, o Rei Solar, não recebeu outra doação, título ou
homenagem, senão a esponja de vinagre, a coroa de espinhos, após a flagelação, a túnica
rubra da loucura e o dístico de zombaria com que Lhe encimaram a cabeça na trave vertical
da Cruz ignominiosa, que, no entanto, converteu em seta sublime, colocada na direção do
Infinito, apontando rumos para o futuro.
Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco " Celeiro de Bênçãos "
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