Olá,
Quando o Mestre ensinou que não se pode servir
simultaneamente a Deus e a Mamon, não desejava, por certo, dividir
as criaturas em dois campos opostos, nos quais os ricos e os pobres,
os bons e os menos bons, os justos e menos justos da Terra, se
guerreassem constantemente.
Encontrando um doente, que nos propomos aliviar ou curar,
efetuamos imediata separação entre enfermo e enfermidade, atacando
a moléstia e protegendo-lhe a
vítima.
Ninguém cogita de eliminar socorrendo ou de matar
medicando.
Por isso mesmo, em nos sentindo defrontados pelo avarento,
saibamos afastá-lo da usura, despertando-o para a caridade.
Se somos chamados a cooperar no levantamento de alguém
que se entregou ao desequilíbrio, ajudemo-lo a soerguer-se com a
verdadeira confiança em si mesmo, devidamente restaurada.
Se o Mestre nos pede o concurso amigo, ao lado de um irmão
delinquente, busquemos extirpar-lhe as chagas do remorso,
restabelecendo-lhe as oportunidades de refazer-se e servir.
Há quem se isole da luta, a pretexto de cultivar a sublimação.
Entretanto, é sempre fácil satisfazer aos imperativos da
virtude, onde não há tentações, e não é difícil atender à caridade onde
a fartura se revele excessivamente.
Colaboremos com o Senhor, em sua Obra Divina, acendendo
luz na sombra e oferecendo bem ao mal, a fim de convertermos a
animalidade primitiva em Humanidade real.
Nada existe na Criação de Deus sem a “boa parte ”.
Esforcemo-nos por desenvolver os menores princípios de
elevação, que nos felicitem o caminho, buscando nas almas, por mais
aparentemente transviadas ou infelizes, a “parte melhor” de que são
portadoras e, embora movimentando os nossos recursos entre os
grandes expoentes do erro e da indisciplina, estaremos realmente a
serviço do Senhor que nos confiou, com o aprendizado da Terra, a
nossa bendita oportunidade de aperfeiçoamento e elevação.
EMMANUEL
Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier
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