Olá,
Cultivar a misericórdia não é alçar exclamações de piedade
inativa para o Céu, lastimando os males do próximo com a boca e
guardando os braços em repouso, diante do sofrimento alheio que nos
convoca ao auxílio, à fraternidade e à cooperação.
Aprendamos a cultuar a misericórdia do silêncio, perante os
erros do vizinho, ou da ação benfeitora, ajudando àqueles que nos
desajudam, amparando aos que nos descompreendem e estendendo
mãos amigas aos perturbados, aos
tristes e aos indiferentes.
Defrontado pelo rico, sê misericordioso para com ele, a fim de
que o ouro não lhe enregele o coração.
À frente do necessitado, sê igualmente misericordioso, a fim
de que a carência de recursos materiais não lhe induza o espírito à
revolta e à maldade.
Se usares a misericórdia para com o teu companheiro, no lar
ou na tenda de trabalho, a serenidade será um bálsamo a fluir de teu
verbo e a extravazar-se de tua alma, erguendo a paz que ilumina e
socorre a todos.
Quantas vezes nos fazemos autores da indisciplina e da
insubmissão, da secura e da aspereza, em torno dos próprios passos,
por falta de misericórdia em nossas palavras e em nossos
pensamentos? Plantemo-la em nosso caminho, trabalhando,
construindo e colaborando incessantemente com o bem, na certeza de
que a compaixão não é remédio para os dias cor-de-rosa e sim para os
momentos de tempestade e incompreensão.
Bem-aventurados os misericordiosos que lutam e sofrem, que
se agitam e trabalham na materialização do bem comum, porque
todos aqueles que fazem da piedade o serviço constante do amor
encontram realmente as portas abertas para o Reino de Deus.
EMMANUEL
Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier
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