sábado, 7 de fevereiro de 2015

Evangelho - DESGRAÇAS TERRENAS

Olá,

 Toda vez que uma desgraça se abate sobre um homem, a verdadeira desgraça para ele é não sa­ber receber devidamente o infortúnio que lhe chega.
Desgraça, realmente, é o mal, o prejuízo, o dano que se pode praticar contra alguém e não o que se recebe ou se sofre.

O que muitas vezes tem aparência de desgraça — e isto quase sempre — é resgate intransferível e valioso que assoma à alfândega do devedor, co­brando-lhe os débitos livremente assumidos e acei­tos. Das mais duras provações sempre resultam be­nefícios valiosos para o espírito imortal.
Há que considerar cada um a própria posição que mantém na vida terrena para avaliar com acerto os acon­tecimentos que o visitam.
 Quando somente se experimentam as emoções físicas e conceituamos os valores imediatos,
des­graças, em realidade, para tais, são os pequenos caprichos não atendidos, as veleidades vaidosas não respeitadas, as ambições ridículas não satisfei­tas que assumem papel preponderante e se
trans­formam em infelicidades legítimas, porquanto, igno­rando propositalmente as realidades superiores, esses descuidados se apegam às menores coisas e aos recursos de nenhuma monta, derrapando para a irritabilidade, as paixões, a loucura, o suicídio: desgraças que levam o espírito às províncias de amarguras inomináveis, a vencerem tempo sem limite em etapas de dor sem nome...
 As desgraças que foram convencionadas como: perda de saúde, prejuízos financeiros, ausência de pessoas amadas, desemprego, acidentes, abandono por parte de queridos afetos, se constituem áspero testemunho que chega ao ser em jornada reden­tora, se transformam também em portal que trans­posto estoicamente descerra a dádiva da felicidade permanente e enseja paz sem refrega de luta em atmosfera de harmonia interior.
 Quando o infortúnio não resulta de imediato desatino ou leviandade é bênção da Vida à vida, facultando vitória próxima. Nesse particular os Espíritos Superiores levam em alta consideração os sofrimentos humanos, as desgraças que abatem homens, famílias, povos e, pressurosos, em nome da Misericórdia Divina, acor­rem a ajudar e socorrer esses padecentes, dando-lhes forças e coragem para permanecerem firmes e confiantes, buscando diminuir neles a intensidade da dor, e, noutras circunstâncias, tendo em vista os novos méritos que resultam das conquistas in­dividuais ou coletivas, desviando-as, atenuando-as, impedindo mesmo que se realize, pela constrição do sofrimento, a depuração espiritual, o que fa­culta meios de crescimento pelo amor em bênçãos edificantes capazes de anular o saldo devedor cons­tritivo e perseverante, porque se a Justiça Divina é rigorosa e imutável, a Divina Misericórdia se consubstancia no amor, tendo-se em vista que Deus, nosso Pai Excelso, “é amor”.
 “Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados”.

 Joanna de Ângellis/Divaldo P. Franco      " Florações Evangélicas "

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