Olá,
Compreensão para com os de vida celibatária
Percebendo a complexidade afetiva e as experiências difíceis do
sentimento por que passa a maioria das criaturas em vida de solidão afetiva,
seja o homem ou a mulher, devemos compreender suas profundas lutas
intimas, respeitá-los e não exigir-lhes uma posição de vida matrimonial na
presente encarnação, que para eles seria muito difícil ou impossível de
concretizar-se.
A união matrimonial deverá ser sempre uma busca afetiva natural,
autêntica, pessoal e não para atender simplesmente aos anseios, embora
louváveis, dos pais, familiares e amigos.
E isto ocorre algumas vezes com
Espíritos que vieram para a vida de celibato e que se consorciam para atender
aos pais e familiares — uniões essas que não obterão durabilidade e causarão
maiores sofrimentos.
Programa de abnegação não cumprido por um sacerdote
Vejamos agora os belíssimos votos de abnegação sacerdotal do Espírito
Pólux, quando se encontrava na Vida Espiritual, pouco antes da reencarnação,
prometendo uma vida exemplar de sacerdócio com renúncia, ascetismo e
aperfeiçoamento. Atentemos no que nos fala Emmanuel em o livro “Renúncia”:
“— Sim, esclareceu Pólux, desfeito em lágrimas —‘ roguei a
recapitulação do esforço dos sacerdotes devotados ao labor divino.
Uma vez mais, quero tentar as provas da abnegação e o ascetismo,
na exemplificação do amor ao próximo.
(...) Quero viver sem lar e sem
filhos carinhosos, quero conhecer a solidão que muitas vezes já
experimentaste no mundo, nos extrêmos sacrifícios por mim. Minhas
noites hão de ser desertas e tristes, caminharei junto dos que caem e
padecem sobre a Terra, no propósito de servir a Jesus, através da
sua Seara de Amor e Perdão.”
“Renúncia” — Emmanuel / F. C. Xavier 1ª PARTE
Este maravilhoso projeto de trabalhos de amor e aperfeiçoamento não foi
concretizado por Pólux, pois na Terra ele foi o sacerdote Carlos Chenagham,
no século dezoito, na época da Inquisição, e levou sua vida de sacerdote para
a intriga, o crime, a perseguição e a crueldade. Embora sendo alma afim do Espírito elevadíssimo de Alcíone, ainda nesta encarnação não soube aproveitar
as experiências de sacerdote para o bem da Humanidade.
Modificação de programa de celibato para o de matrimônio
O Espírito que renasce com o programa traçado para uma vida celibatária,
com a finalidade de amparar e educar os que o cercam, se modificar sua vida
para uma paixão matrimonial ou outro tipo de experiência afetiva, fugindo ao
conjunto de deveres inadiáveis, assumidos antes da reencarnação, irá
complicar, dificultar e atrasar em muito o seu aperfeiçoamento espiritual.
Em o
livro “Sexo e Destino” assim está expressado:
“(...) há provações e circunstâncias difíceis em que o homem ou a
mulher são chamados à abstenção sexual, no interesse da tranquilidade
e da elevação daqueles que os cercam, situação essa que
não se modifica sem alterar ou agravar os próprios compromissos”. ”Sexo e Destino” — André Luiz / F. C. Xavier / Waldo Vieira CAPÍTULO 10 .2 P
Para ilustrar este ensinamento, quanto ao desvio da experiência celibatária
para a vida conjugal, temos o sugestivo caso do jovem Otávio, em o livro de
André Luiz “Os Mensageiros”, Capítulo 6, intitulado: A queda de Otávio.
Fizemos o resumo deste capítulo, em que buscamos destacar a mudança de
destino da vida celibatária para o de casamento. Otávio precisava experimentar
a vida de celibato, porque o seu caso particular assim o exigia. Como missão
particular, deveria receber, com a vida de solteiro, seis crianças órfãs, seus
credores de vidas passadas, a fim de ampará-las e educá-las. Aos dezenove
anos, sofrendo problemas mediúnicos, interpretados como alucinações, vai ao
médico, o qual lhe aconselha experiências sexuais. De imediato, entrega-se
aos abusos sexuais. Aos vinte anos de idade, quando foi chamado à tutela das
seis crianças, fugiu ao compromisso assumido, tomado de horror. Em virtude
de uma ação menos digna com uma jovem, foi obrigado a casar-se,
precipitadamente, o que não estava no seu programa de vida. A mulher a quem
se ligara somente por apetites do instinto sexual era criatura muito inferior aos
seus recursos espirituais. Otávio não foi feliz no casamento, pois sofreu muito
com a esposa, que não se dedicava a nenhum valor espiritual. Teve um filho de
triste condição espiritual, o qual, juntamente com a sua esposa, atormentou sua
vida a tal ponto, que, sem os recursos inestimáveis da fé viva, desalentado e
infeliz, veio a desencarnar aos quarenta anos de idade, roído pela sífilis, pelo
álcool e pelos desgostos. Perdeu todas as oportunidades para o resgate,
aperfeiçoamento e libertação.
Respeito para com a vida sexual de qualquer criatura
Grande parte dos Espíritos em vida celibatária encontra-se em grandes
lutas de auto-superação e necessita, por parte daqueles que possuem normalidade
na atividade sexual, da compreensão que ajuda e do respeito que
conforta. Permaneçamos distantes de toda conversação maledicente, das críticas
impiedosas, das exigências insistentes para o matrimônio e mesmo de
brincadeiras de mau gosto com sua posição de solteiro ou de solteira. Tais
comportamentos são contrários ao Evangelho do Cristo de Deus e criam situações mais difíceis para as criaturas que passam pela experiência da
solidão afetiva. Emmanuel explica quanto à compreensão com a vida sexual de
cada pessoa:
‘Tais considerações nos impelem a concluir que a vida sexual de
cada criatura é terreno sagrado para ela própria, e que, por isso
mesmo, abstenção, ligação afetiva, constituição de família, vida
celibatária, divórcio e outras ocorrências, no campo do amor, são problemas
pertinentes à responsabilidade de cada um, erigindo-se, por
essa razão, em assuntos, não de corpo para corpo, mas de coração
para coração.”
“Vida e Sexo” — Emmanuel / F. C. Xavier LIÇÃO.23
Amar é também compreender o estado espiritual de cada criatura,
buscando não perturbar de modo algum sua vida íntima, fazendo sempre o melhor
em palavras e atos como nos ensinou Jesus.
Walter Barcelos " Sexo e Evolução"
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