Olá,
Ao impacto da volumosa carga de informações que sobrecarregam os ombros humanos, nos
dias correntes, a criatura, desarvorada, vê-se empurrada para as fugas espetaculares,
utilizando-se das armas variadas da agressividade.
Chumbadas à insensatez que as
governa, estiola os sentimentos nobres, acobertando-se sob justificativas infantis, como se
desejasse, não obstante as atitudes infelizes, atrair simpatias e amizades.
Não as lobrigando,
reage com violência, atestando a precariedade dos valores aceitos, que pretende conduzir e
propagar.
Nesse particular, os fatores essenciais ao equilíbrio social, ao intercâmbio
cordial, ao labor
de harmonia em equipe, escasseiam, lamentavelmente.
Desse modo, cortesia e cordialidade,
gentileza e bom-tom, educação, etiqueta e docilidade constituem expressões do passado,
ora examinadas com severidade e tidas como fraquezas de caráter e desequilíbrio
emocional.
Sensibilidade e emoção, em consequência, passam à condição de desarmonia e desajuste
ficológico. Humildade e delicadeza, da mesma forma, são tidas como covardia e recalque.
Sem dúvida, não advogamos a aparência gentil, o gesto delicado, a elegância da forma, com
desprezo às essências íntimas que constituem as manifestações da cortesia.
O homem deve ser sincero, exercitar a verdade, cultivar atitudes retas, expressar opiniões honestas,
especialmente quando vinculado à religião espírita, que esposa como diretriz de felicidade.
Se convidado a ajudar alguém caído, não reúnas espinhos nas mãos, nem calces luvas
ásperas para o ministério do socorro.
Se instado a ensinar a verdade, não a utilizes como se
fora estilete ponte agudo a esgaravatar as feridas dos infelizes.
Se convocado ao exercício
da fraternidade, não recordes os insucessos do amigo com quem convives. Se chamado a
servir, evita a máscara de enfado colocada na face, estremunhado e pessimista.
O doente não ignora o sofrimento que o martiriza; o desesperado conhece o frio da
inquietação e o calor do desconserto íntimo; o infeliz experimenta o travo da amargura que
padece - não é necessário recordar-lhe dura, violentamente.
Nem a blandícia da astúcia
pusilânime, nem a doçura dos lábios com fel no coração, nem a melifluidade da hipocrisia.
Docilidade é, também, segurança interior, equilíbrio, conhecimento, por experiência pessoal,
dos problemas, com exteriorização de paz real.
No exercício do ministério espírita, não
transfiras os teus conflitos, exteriorizando-os por meio de agressividade.
Sê dócil e
consolarás com mais acerto. Recorda que Jesus, ao anunciar o Espiritismo, deu-lhe o nome
de Consolador. E a verdade é que ninguém consola, ferindo, nem edifica, agredindo.
Austero, mas jovial, rigoroso, porém cortês, produze á semelhança dele, utiliza a verdade, a
severidade, a honradez, docilmente, com amor, porquanto só o amor em qualquer
circunstância consegue o milagre da renovação, da esperança e da legítima saúde espiritual.
Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco " Celeiro de Bênçãos"
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