Olá,
Fora melhor que não existissem na Terra pedintes e mendigos,
na expectativa do agasalho e do pão.
Se é justo deplorar o atraso moral do Planeta que ainda
acalenta privação e necessidade, examinemos a nós mesmos, quando
nos inclinamos para a ambição desvairada, e verificaremos que a
penúria, através da reencarnação, é o ensinamento que nos corrige os
excessos.
Fora melhor não víssemos mutilados e enfermos, suplicando
alívio e remédio.
Se é compreensível lastimar as condições da estância física,
que ainda expõe semelhantes quadros de sofrimento, observemos o
pesado lastro de animalidade que conservamos no próprio ser e
reconheceremos que, sem as doenças do corpo, através da
reencarnação, seria quase impossível aprimorar as faculdades da
alma.
Fora melhor não enxergássemos crianças infelizes, suscitando
angústia no lar ou piedade na via pública.
Se é natural comover-nos, diante de problemas assim
dolorosos, meditemos nos ódios e aversões, conflitos e contendas,
que tantas vezes carregamos para além do sepulcro, transformandonos,
depois da morte, em espíritos vingativos e obsessores. E
agradeceremos às leis Divinas que nos fazem abatidos e pequeninos,
através da reencarnação, entregando-nos ao amparo e ao arbítrio
daqueles mesmos irmãos a quem ferimos em outras épocas, a fim de
que nós, carecentes de tudo na infância, até mesmo da comiseração
maternal que nos limpe e conserve o organismo indefeso, venhamos,
por fim, a aprender que a Eterna Sabedoria nos ergueu para o amor
imperecível na Vida Triunfante.
Terra bendita! Terra que tanta vez malsinamos nos dias de
infortúnio ou nos momentos de ignorância, nós te agradecemos as
dores e as aflições que nos ofereces, por espólio de nossos próprios
erros, e rogamos a Deus que nos fortaleça os propósitos de reajuste e
aperfeiçoamento, para que, um dia, possamos retribuir-te, de algum
modo, os benefícios que nos tens prodigalizado, por milênios de
milênios, através da reencarnação!...
EMMANUEL
Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier
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