MATEUS CAP.5
17 Não julgueis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim a destruílos, mas sim a dar-lhes cumprimento.
A lei a que Jesus se refere é o Decálogo, transmitido à humanidade por Moisés. Os profetas que vieram depois de Moisés, chamaram continuamente a atenção do povo para a observância dos dez mandamentos. Jesus não
veio invalidar o Decálogo ou o que disseram os profetas; veio simplesmente fazer com que os homens o cumprissem à risca. Assim também o Espiritismo: não veio destruir ou combater religiões, mas veio ensinar-nos a viver de acordo com o Evangelho.
18 Porque em verdade vos afirmo que enquanto não passar o céu e a terra, não passará da lei um só” i” ou um” til,” sem que tudo seja cumprido.
Por afirmar que da lei não passará um único “til” sem que tudo seja cumprido, Jesus se refere ao progresso contínuo a que está sujeito o estudioso do Evangelho. À medida que formos estudando o Evangelho e esforçando-nos por viver de conformidade com ele, a lei divina se gravará em nosso perispírito, e chegará então o dia em que saberemos cumpri-la sem exceção de um “i “ou de um “til.”
19 Aquele pois que quebrar um destes mínimos mandamentos e que ensinar assim aos homens, será chamado mui pequeno no reino dos céus; mas o que os guardar e ensinar a guardá-los, esse será reputado grande no reino dos céus.
Jesus nos adverte aqui da grande responsabilidade dos que ensinam. Se seus ensinamentos não forem pautados pelo Evangelho, tremendas contas lhes serão tomadas, porque retardaram o progresso espiritual do mundo. E grandes recompensas aguardam os que ensinam os povos a se encaminharem para Deus. Notemos, entretanto, que não é só ensinar: é preciso ensinar e praticar o que se ensina; nunca desmentir com os atos o que se prega com as palavras.
20 Porque eu vos digo que se a vossa justiça, não for maior e mais perfeita do que a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.
Quanto mais evoluídos estivermos, tanto maiores serão nossas responsabilidades espirituais. Neste ponto, dada a grande soma de conhecimentos espirituais que os espíritas receberam, são eles os que mais obrigados estão para com o Pai. É fora de dúvida pois, que os espíritas. são os indicados neste versículo a praticarem com mais perfeição os ensinamentos evangélicos, do que seus irmãos de outras crenças menos evoluídas.
21 Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; e quem matar será réu no juízo. 22 Pois eu vos digo que todo o que se ira contra seu irmão será réu no juízo; e o que disser a seu irmão: Raca, será réu no conselho; e o que disser: és um tolo, será réu do fogo do inferno.
A vida de nossos semelhantes não nos pertence. Quem mata, conquanto não aniquile o espírito, fá-lo desencarnar violentamente acarretando-lhe sofrimentos indizíveis. E, sobretudo, corta-lhe as oportunidades de progresso, que a encarnação lhe proporcionaria. É bom notar que uma encarnação não se consegue facilmente; por vezes é conseguida à custa de muitos sacrifícios e trabalhos no mundo espiritual. Mas não é somente o progresso da vítima que o assassino interrompe: também o dos entes que dependiam dela, dado que o plano de trabalho pré-estabelecido no mundo espiritual fica sem um dos elementos, quem sabe se o principal, para sua realização.
A lei divina diz claramente: Não matarás, dando a entender que não se - deve matar nada. Agora o homem está aprendendo a não matar os seus semelhantes; mais tarde, aprenderá a não matar os animais, nossos irmãos inferiores na escala evolutiva. Não somente a morte material não podemos causar ao próximo, mas também precisamos evitar causar mortes morais. Há indivíduos que são incapazes de matar uma mosca, como vulgarmente se diz; contudo, não trepidam em matar as reputações alheias; em matar a harmonia que reina num lar; em matar a fé que desponta numa alma; em matar a esperança que enxuga as lágrimas dos aflÍtos; em matar a doce fraternidade que existe entre irmãos; tudo isto são mortes morais e Jesus ensina que sofrerá rudes consequências quem as causar.
O EVANGELHO DOS HUMILDES ELISEU RIGONATTI
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