Olá,
“Seria, de resto, bastante inconveniente que a
propagação da Doutrina ficasse subordinada à publicidade de
nossas reuniões: por mais numeroso que pudesse ser o auditório,
ele seria sempre fortemente restrito, imperceptível, comparado à
massa da população.
Por outro lado nós sabemos, por experiência,
que a verdadeira convicção não se adquire a não ser pelo
estudo, pela reflexão e por uma observação sustentada, e não,
assistindo a uma ou duas sessões, por mais interessantes
que elas
sejam, e isto é tão verdadeiro, que o número dos que crêem sem
nada terem visto, mas porque eles têm estudado e compreendido,
é imenso.
Sem dúvida o desejo de ver é muito natural, e estamos
longe de censurar, mas queremos que o fenômeno seja visto em
condições de aproveitamento.
Eis porque dizemos: Primeiramente
estude, e em seguida veja, porque assim compreenderá melhor.
Se os incrédulos refletissem sobre essa condição, eles
extrairiam a melhor garantia, em primeiro lugar, de nossa boa fé,
e em seguida da potência da Doutrina.
Aquilo que o charlatanismo
mais teme é ser compreendido; ele fascina os olhos e não é
bastante tolo para se dirigir à inteligência que descobriria facilmente
a sua farsa.
O Espiritismo, ao contrário, não admite confiança
cega; quer ver claramente em tudo; quer que se compreenda
tudo, que se leve em conta tudo; então quando prescrevemos
o estudo e a meditação, isto é apelar ao concurso da razão, e
provar que a ciência espírita não teme o exame, pois que antes de
crer nós fazemos do compreender uma obrigação.”
ALLAN KARDEC
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