Olá,
09/12/1943
“(...) tendo consultado a Emmanuel sobre o assunto da tradução dos livros dele e de
Humberto de Campos para o espanhol, conforme sua notícia, disse-me o nosso
generoso amigo espiritual que o caso é da alçada da Diretoria da Federação (...).
Falamos portanto aqui, não como espíritas regionais, mas como companheiros da
Federação e concluímos que não seria razoável ir entregando assim, sem condições,
esse trabalho pelo qual a Casa de Ismael tanto se tem esmerado.
Não seria dar tudo
por nada? Cremos que a Federação tem o direito de exigir alguma coisa, mormente no
que se refere ao controle doutrinário das publicações e a determinada parte do
problema de venda dos livros. (Os últimos destaques são da compilação.)
Estamos
diante de um negócio material, porque, se a Federação não agir com espírito de
vigilância, também não poderá reclamar quanto a qualquer desvio de natureza espiritual nessas traduções, não acha Você?
E, além disto, a Federação é uma Casa de
auxílios concretos. Não está aí a multidão de problemas, pedindo recursos materiais?
Qualquer percentagem exigida pela Casa de Ismael nesse assunto viria atender a
muitas questões de
beneficência, inclusive o próprio alívio na aquisição de papel com que a nossa Livraria
pudesse facilitar cada vez mais o acesso do povo ao livro de nossa Doutrina Consoladora.
Este é o nosso humilde ponto de vista — o do modesto Grupo Espírita de Pedro
Leopoldo.
Espero que nossas palavras sejam recebidas na conta do nosso grande amor
à realização evangélica da Federação, com quem nos sentimos profundamente
irmanados.
Gostaríamos que Você levasse nosso ponto de vista ao Quintão, pois muito temos
ganho na experiência e conselhos dele. Quanto ao mais, o que resolverem há de ser sob
o amparo da Proteção de Jesus e nisto confiamos. (...)”
O texto acima é bastante interessante.
Quando Chico Xavier cedeu à FEB todos os
direitos sobre a sua produção mediúnica, fê-lo conscientemente, por ter reconhecido na
Casa de Ismael as condições imprescindíveis para a execução de todo o programa
elaborado pelo Mais Alto. Portanto, no instante em que dá a sua opinião sobre as
traduções, faz questão de ressaltar que, ele, de conformidade com Emmanuel, apoia a
orientação a ser seguida pela Diretoria da FEB.
Por isso analisa o assunto sob a perspectiva muito mais ampla, não fosse ele um dos
esteios básicos de toda essa planificação do Mundo Maior.
Compreendendo a
importância do momento, pois dali para a frente cada vez mais se apresentariam ensejos
de expansão dos livros dos quais se fazia medianeiro, opina com vistas ao futuro.
Que a
FEB mantenha o controle doutrinário das publicações. E que, muito justamente, tenha
também parte na venda dos livros a fim de atender a todos os seus encargos no plano
material.
Prevê, ainda, que seria imprescindível que a Federação agisse com “espírito de
vigilância”, pois, caso contrário, poderia haver algum desvio de natureza espiritual nas
traduções.
Chico Xavier ao emitir essa opinião evidenciou firmeza e segurança, não admitindo
que se fizessem concessões a quem quer que fosse em prejuízo da Casa de Ismael,
legítima depositária dos seus livros mediúnicos. E não admitindo, principalmente,
qualquer alteração que viesse a desfigurar a obra orientada por Emmanuel.
Observamos, entretanto, o cuidado com que escolhe as palavras para formular um
enunciado tão seguro e positivo, cuidado este que lhe é inerente, já que tendo autoridade
moral não é, por isto mesmo, autoritário.
Fala e escreve com brandura e amor.E destaca no penúltimo tópico que este é o " humilde ponto de vista" do Grupo Espírita de Pedro Leopoldo, ressaltando o grande amor que tem pela Federação, com quem nos sentimos profundamente irmanados.
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