segunda-feira, 7 de abril de 2014

Cotidiano - EDUCAÇÃO DOMÉSTICA

Olá,

Os métodos pedagógicos evoluem com a mesma celeridade com que ocorre o desenvolvimento intelectual da criatura humana. Desde aqueles cultivados em Atenas, em Esparta e em Roma, cada qual objetivando fins específicos, até a indiscutível contribuição de Jan Comenius, ampliando-se com Jean Jacques Rousseau, Henrique Pestalozzi, Friedrich Fröebel, Prof. Rivail, Maria Montessori, Piaget e muitos outros missionários da educação, como Rudolf Steiner, as atuais propostas de Edgar Morin convidam a reflexões profundas sobre as melhores técnicas de preparação das mentes infanto-juvenis em relação à aquisição do conhecimento e do comportamento saudável para a vida feliz.

Desde quando foram deixados à margem os métodos bárbaros, cultivados por largo período medieval, quando se acreditava que a criança é um adulto em miniatura, o surgimento da psicologia infantil muito contribuiu para a compreensão desse ser em formação, que necessita de carinho, especialmente no que diz respeito à aprendizagem, dando lugar a valiosos programas pedagógicos que têm evoluído de maneira benéfica e nobre para a construção dos cidadãos dignos.
 Na atualidade, quando a Terra, lentamente, experimenta a transição de mundo de provas e de expiação para mundo de regeneração, é indispensável que se apliquem no lar e depois, na escola, os avançados recursos pedagógicos que podem promover o educando na direção da sua plenitude.
Na história do Cristianismo, recordamos que Clemente de Alexandria dedicou a Jesus um tratado de pedagogia, por considerá-lO o Pedagogo (por excelência), em face das suas extraordinárias lições de iluminação da consciência e de harmonia dos sentimentos.
Mediante um olhar poético em referência à grandeza da vida, encontra-se em Jesus toda a fonte de sabedoria, quando Ele se declarou o Caminho da verdade e da vida, oferecendo vida, porém vida em abundância e incessante...
O excesso de comodidade oferecido pela tecnologia tem ensejado ao materialismo a aplicação da sua lógica pervertida que aliena o indivíduo, por atirá-lo no abismo do inconformismo resultante das ambições desmedidas a que se entrega, na volúpia de tudo gozar de imediato, em face da constante presença da morte aniquiladora... Assim sendo, é perfeitamente natural que se apliquem os novos métodos educacionais, aqueles que trabalham o educando para ser, para conhecer, para fazer e para conviver, de forma a criar-se condições de amadurecimento psicológico nas gerações novas, ensejando-lhe os meios hábeis para a escolha equilibrada do ter e do ser.
 Allan Kardec, por sua vez, fez da educação moral, aquela que se adquire mediante os exemplos dos pais e dos educadores, bem assim de todos os cidadãos, o elemento feliz para estruturar o ser humano em dignidade e valor espiritual, tornando-a adversária vigorosa do materialismo e da crueldade. Os conceitos niilistas, portanto, trágicos, de Marx, considerando a religião o ópio do povo, de Darwin, com a afirmativa de que tudo quanto existe se deriva do acaso e da necessidade, dando lugar aos fenômenos filogenéticos e mesológicos, e Freud, analisando a questão espiritual como resultado de regressões neuróticas e psicóticas, favoreceram o surgimento de uma sociedade imediatista, belicosa e cruel, porque indiferente ao sofrimento dos seus membros perdidos na miséria social, moral e espiritual...
 A educação tem, portanto, um compromisso com a espiritualização do educando, orientando-o em torno da realidade de Deus, da Criação e da finalidade espiritual da existência humana. Nesse sentido, o amor desempenha um papel fundamental, por oferecer valores de equilíbrio nas emoções e compreensão em torno de todas e quaisquer dificuldades detectadas no educando. Na constelação familiar, o amor nobre e sem pieguismo torna-se indispensável ao êxito da proposta educativa.
 É através da sua doação, que ele se multiplica e mais se desenvolve, tornando-se imbatível. Nesse programa do lar, é justo que se apliquem as denominadas quatro funções psíquicas de Jung: razão, sensação, coração e intuição, de forma que se logre edificar na escola os quatro pilares para a educação, conforme a proposta de Edgar Morin.
 A verdadeira educação necessita resgatar os valores ético-morais que foram relegados a plano secundário, elaborando a conscientização da responsabilidade do ser perante si mesmo, o seu próximo e a vida, na qual se encontra sem possibilidade de fuga...
A educação para a Nova Era deve estruturar-se, sem dúvida, no conceito de realização integral, abrangendo os valores culturais, sociais, econômicos, morais e espirituais do ser humano. Para esse logro, faz-se inadiável a existência de uma nova escola firmada em propósitos de se aprender a aprender realmente e, sobretudo, se aprender a ser, integrado nos incomparáveis ensinamentos de Jesus, exarados no Sermão da montanha e tendo por alicerce o amor que induz ao conhecimento e à vivência do bem.
 Mediante esse amor, unir, em diálogo franco, a filosofia com a ciência, com a arte, com a tecnologia, com a espiritualidade, a fim de preencher-se todos os espaços emocionais do aprendiz. Vale a pena recordar-se, nesse sentido, o pensamento de Teilhard de Chardin, ao informar: " Quando os seres humanos domarem as ondas, os ventos, as tempestades, os furacões, quem sabe não dominarão, também, as forças do amor?" Então, pela segunda vez na história da humanidade, teremos inventado o fogo. Multidões de espíritos que se estão reencarnando nestes dias, têm compromissos com o momento que se vive no planeta e trazem tarefas específicas em favor do amanhã. Prepará-los para o desempenho das responsabilidades firmadas na Espiritualidade, é tarefa primordial dos genitores, logo seguida pelos mestres nas escolas, oferecendo-lhes motivação para atingir as metas programadas.
A tolerância deverá ser instalada na família, alcançando o limite, para que não se torne conivência, de modo a haver cooperação recíproca entre pais e filhos empenhados no mesmo objetivo, que é a conquista da real felicidade.
 Criando-se uma pedagogia de valores, descobrir-se-á que a geração nova traz a motivação para o próprio desenvolvimento intelecto-moral, porém, portadora de expressivo índice de responsabilidade, terá que ser conduzida com bondade e energia, a fim de que não se venha perturbar com as situações existentes. Entre as características dos educadores devem ser ressaltadas a humildade e a coragem de serem verdadeiros, reconhecendo, quando errarem, jamais impondo o que desejam, utilizando-se da condição de adultos e de orientadores. Quando tal ocorre, os educandos percebem que estão sendo manipulados e perdem a confiança naqueles que lhes deveriam ser modelos de dignidade e de responsabilidade, sofrendo um grande golpe na área da afetividade e do respeito.
 Educar é também educar-se. Quem não é educado, está impossibilitado de educar, porquanto os seus serão exemplos negativos que perturbarão a acuidade de observação dos discípulos, sempre atentos, especialmente ao descumprimento dos códigos de valores que lhes são apresentados.
 A veneranda doutora Maria Montessori, já assinalava no seu tempo, que o ser humano possui uma grande e desconhecida capacidade para evoluir; a educação começa no desenvolvimento dos sentidos; a semente da existência encontra-se na primeira infância; a criança é um todo que se completa no outro, na família, na sociedade; não há uma educação grupal.
Apenas a educação individualizada pode ser comunicada ao grupo; o objetivo da educação é desenvolver toda a potencialidade da criança; considerando-se que a criança precisa desenvolver-se no meio, deve adquirir habilidades sociais; a educação deve velar pelo equilíbrio emocional do educando; treinar igualmente a coordenação física; em paralelo ao preparo social, físico, emocional, a criança deve desenvolver sua inteligência; cada ser humano é único e deverá ser educado como tal...
 A educação deve, portanto, proporcionar alegria e bem-estar, jamais caracterizar-se como coação ou troca de interesses, gerando desencanto e depressão nos aprendizes, de modo que, através da lealdade e compreensão, sejam estimulados à conquista do conhecimento e do ajustamento social em padrões de harmonia e de respeito por todos, incluindo a Natureza e tudo quanto existe.
Na constelação familiar, portanto, devem-se aplicar os recursos preciosos de uma educação integral, tendo-se em vista a sociedade do futuro, sem traumas nem heranças perniciosas dos conflitos existenciais derivados destes atormentados dias terrestres...

 Joanna de Ângellis/Divaldo P. Franco                              Constelação Familiar

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