Olá,
No clima de ansiedade em que respiras, da vida e das coisas somente observas o lado
negativo, como se te propusesses, exclusivamente ao arrolamento do pessimismo e da
aflição.
Relatas que a dor mantém presença constante nos quadros da vida, parecendo asfixiar os
ideais de beleza e os sonhos de elevação.
Aqui é a enfermidade dominadora, produzindo
desespero e loucura;
adiante se expande a anestesia do desencanto, impossibilitando os
sorrisos; mais longe governa o desequilíbrio da emoção que não suporta os impactos da luta;
próximo está o grito da fome ceifando vidas; ali comanda a traição...
E todo um séquito de vis
paixões e misérias morais tomam corpo, sobrepairando, soberanas, ante as concessões da
alegria, as aspirações nobilitantes, que perduram, ainda, em alguns lutadores denodados.
Na
fuga que encetas para longe das realidades legítimas, perdeste a dimensão da verdade, e se
mesclam ante a tua observação caótica os valores ideais e os pressupostos verdadeiros. Por
isso, tudo se te afigura conforme te sentes.
Sai, porém, da cela pessimista em que, espontaneamente, te encarceras. Há beleza e cor
em toda parte, poesia e arte em todo lugar esperando a visão dos teus olhos, a percepção
dos teus ouvidos, a sensibilidade da tua emoção, antes que se embotem, demorando-se
incapazes de novos registros.
Quando nos permitimos agir ao compasso do amor, não obstante o desconcerto em
derredor, logramos enriquecer-nos de esperança, que nos convoca à alegria de viver. Se o
sucesso te parece tardio, espera-o ao compasso do amor.
Não programes felicidade dentro
dos padrões tradicionais que a ambição já estabeleceu e os preconceitos mantêm.
Prepara-te, antes, para desfrutar no sentido positivo de todas as ocorrências, mesmo que
algumas, de início, possam afigurar-se perniciosas.
O operário diligente consegue
realizações com o material de que pode dispor.
O agricultor competente e pertinaz não se
deixa vencer pelo solo adusto, já que conhece os recursos para transformar a terra,
abençoando-a com fertilidade.
Se estás a braços com inimigos soezes ou defrontas
adversários gratuitos, em compasso de amor, desculpa-os e sê cordial para com eles.
Todos são sensíveis à tolerância, à bondade, aos sentimentos da renúncia e da abnegação.
O ritmo do bem é compasso de amor. Amor que se expande - felicidade que se espraia no
país dos corações. Higieniza o espírito e coloca no íntimo a musicalidade que cante ao
compasso do amor e verás reverdecer-se a paisagem das tuas aspirações, fruindo, desde
logo, as relevantes concessões da alegria pura.
Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco " Celeiro de Bençãos "
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