Olá,
Num cômputo de opiniões primorosas, a ofensa tem o valor que lhe atribuis, não merecendo
maior consideração, que o algodão do silêncio, com que podes fazê-la morrer.
As pessoas
que se dizem ofendidas pelos ultrajes decorrentes da insensatez ou pelo primitivismo do
próximo, tristeza maior deveriam experimentar pela carga do orgulho que conduzem, antes
que pela agressão de que se creem vítimas.
Somente o orgulho, muitas vezes inconfessável,
faculta clima e campo propícios à germinação das ofensas que favorecem os vários estágios
progressivos da ira, da revolta, da mágoa e, por fim, do ódio de longo curso.
Considerada
como resultado da enfermidade de que se faz instrumento o agressor, a ofensa não
consegue alcançar aquele a quem vai dirigida, se este não a agasalhar.
Quando te
conscientizares de que és espírito em aprendizado inestimável na Terra, e não te
superestimares, passarás a recolher de cada experiência os resultados benéficos que te
podem ser propiciados.
Desse modo, a ofensa, assim examinada, produz resultados e frutos opimos, exatamente o
oposto do desejo do ofensor.
Ao invés de reagires desta ou daquela forma, equivalente ao
revide, mergulha no exame do petardo que te é atirado e retira dele as lições de que
precisas.
Perceberás que o ofensor se transforma em amigo ignorado, em vigilante
observador dos teus atos, aguardando ocasião para alcançar-te em erro.
Vigiarás, então,
melhormente a tua conduta, e aspirarás a horizontes mais felizes, esforçando-te por
libertação e paz.
Assim procedendo, sentirás estímulo por testificares as resistências íntimas, e, esclarecido
quanto às conjunturas da estrada evolutiva, esforçar-te-ás mais, para abandonar as faixas
primárias em que ainda transitas.
Não dês guarida a ofensas, nem te faças igual ao ofensor.
Se alguém te perturba e revidas,
és semelhante a ele. Se te ferem e não revidas, estás melhor situado do que ele.
Se te
ofendem e perdoas, esquecendo a ofensa, enquanto aquele cai, levanta-te e marcha,
situando-te em clima de paz superior ao dele.
Se, todavia, após perdoares e esqueceres,
resolveres ajudar o teu ofensor, terás logrado a plenitude daquilo que almejas, desde que
ele, embora sem o saber, é instrumento da vida para admoestar-te no instante necessário,
acusando-te de erros cometidos, ou que poderias, ou poderás cometer, colocando-te em
alerta, contra ti mesmo, em considerando que os adversários mais severos estão sempre no
homem, em forma de inferioridade e paixões, e não fora dele como se supõe.
Ninguém mais atacado, desdenhado, ofendido escarnecido do que Jesus... Entretanto, sem
debite de qualquer natureza, permaneceu impertérrito ante os perseguidores gratuitos,
testemunhando que os legítimos valores são as qualidades íntimas e que a realeza
verdadeira é inerente àquele que superou óbices e problemas, planando em harmonia
íntima, acima de quaisquer circunstâncias.
O diamante na lama não deixa de manter o valor que lhe é próprio.
E a estrela que reflete no
lodo mantém o mesmo brilho que possui, quando rutilando na placidez da água cristalina.
Não te agastes, portanto, com as ofensas que te cheguem. Se permaneceres íntegro, não te
atingirão, porquanto és o que vitalizas e não o resultado das impressões e agressões
naturais do roteiro de sublimação.
Segue adiante, haja o que haja, considerado ou não, certo
de que todo ofendido de hoje resgata as ofensas que ontem praticou.
Bem-aventurado, pois,
quando ofendido e perseguido, porque o Reino dos Céus te alcançará em breve o espírito!
Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco " Celeiro de Bençãos "
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