Olá,
A análise crítica produzida com fins edificantes é perfeitamente salutar, desde que se não
transponham os limites do objeto estudado para a mordacidade em relação ao seu autor.
Comumente os que se arvoram a críticos por sistema, hábito malsão de que se não
conseguem liberar, são espíritos aturdidos, manipulando os camartelos da revolta íntima com
finalidades perniciosas.
Transferem os próprios fracassos para o que combatem, quando, a
seu turno, não triunfaram, ou destroem, em constante agressividade, com receio de
competidores.
Desnaturam o fato para colimar razões e êxitos, interiormente atenazados com os resultados
que lobrigam.
Quando corrigem, humilham sem a probidade que deve caracterizar o ensino;
se ajudam, exibem-se, ignorando a excelência da arte da discrição; para orientarem, impõem
condições, pecando pela base, graças ao esquecimento de que a melhor diretriz parte do
exemplo de quem a ministra.
São arrogantes, inacessíveis. Incitados a qualquer pronunciamento, colocam a máscara da
austeridade, com que disfarçam o semblante da habitual zombaria, quando desdenham tudo
e todos. Apaixonados, exigem que se lhes acompanhem pela cartilha que usam.
Recusados,
revelam-se odientos.
Impopulares, são suportados; anarquistas e descaridosos, fazem-se
respeitados, ou melhor, temidos. Riem os circunstantes ante seus doestos e chistes, porém,
receiam-nos.
Aplaudem-nos, mas não os conseguem amar.
São divertidos, todavia,
perigosos. Enxameiam por toda parte, transformando-se em praga perniciosa.
Recebeste o chamado do Cristo para estabelecer a paz, não o conflito; para ajudar o bem,
ao invés de combater os que tentam acertar; para desculpar os que erram, não para os
subestimar; para semear esperanças, nunca para mordiscar os desassossegados; para
erguer os caídos, considerando as próprias limitações; para solucionar problemas, sem
engendrar complicações; para esparzir luz, sem aumentar a perturbação, produzindo
desentendimento ou sombra.
O discípulo do Evangelho deve possuir recursos para analisar, comparar, discernir, tendo em
vista levantar, conduzir e salvar.
Para tal desiderato não se faz preciso zurzir o látego do
descrédito contra estes ou aqueles que se demoram em erro.
Não se exibindo as chagas dos
infelizes inicia-se o processo de ajudá-los.
Desnecessário se diga a quem se enganou, que
está equivocado. Melhor será oferecer-lhe método correto, que o surpreenderá com
resultados felizes.
Desse modo, não exponhas ninguém, causa nenhuma ao ridículo, à praça púbica da
impiedade. Recorda as tuas íntimas deficiências e não finjas desfrutar melhor posição do que
a do teu próximo. Se o intentares, enganar-te-ás a ti mesmo, porque, pela forma com que
escarneces os outros, não faltam aqueles que usam da mesma medida para contigo.
O Senhor, a despeito de ser puro, não desprezou uma mulher tumultuada pela obsessão do
sexo, um homem perseguido pela obsessão do dinheiro, um amigo acicatado pela obsessão
da dúvida, um príncipe inquietado pela obsessão do preconceito, homens e mulheres
vergastados por obsessões físicas e mentais... convidou-os todos ao labor santificante e os
ajudou, dando-lhes Seu tempo.Suas palavras, Seus exemplos com misericórdia e simpatia. Não se deteve a analisar as suas problemáticas negativas, porém considerou as suas
possibilidades de realização e os inspirou aproveitá-las convenientemente.
Cuida-te, por tua
vez, a fim de evitares a obsessão da zombaria, já que não faltarão mentes levianas
desatreladas do corpo físico, que sincronizarão com a tua, lançando-te dúvidas soezes,tormentos e desconfianças cruéis, vencendo-te e arrastando-te, por fim, a penosas
conjunturas sob sarcasmos que não podes prever.
Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco " Celeiro de Bênçãos "
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