Olá,
Apreciando o problema daqueles que guardam no mundo as
diretivas da experiências, não te fixes nos companheiros que trazem
consigo a cruz do ouro e do poder.
Recordemos a esquecida autoridade que o conhecimento superior
determina seja exercida por nós em nós mesmos.
Quase sempre ensinamos a arte do pensamento nobre, receitando
exercícios e regras aos amigos que nos perlustram a senda, guardando o
próprio cérebro à feição de barco desgovernado, em cujas brechas ocultas
penetram as sugestões da ignorância e da sombra.
Indicamos aos outros recursos providenciais para que se
mantenham indenes de todo mal, através da pureza dos olhos e dos
ouvidos empenhando as próprias percepções à triste aventura da
leviandade e do desacerto que acaba sempre na crítica indébita ou na
azedia destruidora.
Estruturamos planos para a boa palavra naqueles que nos cercam,
sem refrearmos o próprio verbo no galopes insensato da crueldade,
indicamos fé e esperança para o ânimo alheio, a perder-nos no charco da
negação e do derrotismo, exaltamos para ouvintes confiantes a excelência
das horas, no capítulo do trabalho e da realização, mergulhando as mãos
no visco da inércia e pregamos a excelsitude da caridade para os amigos
que nos rodeiam, a desfazer-nos em egoísmo e exigência.
Autoridade! ... Autoridade! ...
Dela abusaram todos os tiranos que fizeram da própria soberbia
escuro resvaladouro para as trevas da criminalidade e da morte e dela,
ainda hoje, nos valemos todos para acobertar as próprias fraquezas,
sobrecarregando os ombros do próximo com fardos que somos incapazes
de suportar.
Lembremo-nos, porém, de Jesus, no sublime governo da própria
alma, passando entre os homens com a suprema revelação da Divina Luz,
e entesouraremos suficiente humildade para entregar a Deus todos os
patrimônios que nos enriquecem a vida, aprendendo a disciplinar-nos para
refletir-lhe a grandeza na condição abençoada de filhos do Seu Amor.
Emmanuel/Francisco C. Xavier " Construção Do Amor "
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