Olá,
Além da morte, a existência reclama continuidade.
Mirasse-nos, então, o espírito nas obras que efetuamos, espelhos que nos refletem.
A memória revigoradora fulge a serviço da consciência, impondo-nos a soma dos
efeitos felizes ou infelizes dos atos que esposamos.
Sem possibilidade mais ampla de comunhão segura com a retaguarda, todos os
males praticados erigem-se, desse modo, por fardos de sombra a nos vergarem os
ombros desfalecentes.
É aí que a injustiça e a crueldade nascidas de nossas mãos retomam-nos o
passo, a
feição de fantasmas obsessivos.
Recapitulamos, inquietos, todas as fases de nossos erros deliberados, pelos quais o
irmão do caminho nos padeceu a intromissão e a exigência...
Todas as obras prejudicadas por nossa deserção ou preguiça ressurgem, junto a
nós, pedindo ajustamento.
Ligações dignas, desfeitas por nossa incúria; filhos a quem sonegamos os cabedais
de nossa dedicação construtiva; tarefas edificantes relegadas ao esquecimento;
propriedades adquiridas na base do furto hábil ou patrimônios impropriamente
acumulados em nossa ficha desferem sobre nós azorragues mentais, através da
lembrança viva, exigindo-nos a necessária reparação.
Enquanto te encontras ao sol da romagem terrena, atende com fervor aos deveres e
encargos que o Senhor te entregou, nos caminhos do mundo, porque a morte amanhã
traçar-te-á balanço e somente através do bem constante é que conseguirás responder
com valor às inquirições da vida, a fim de que prossigas, sem cativeiro ao remorso,
edificando a própria libertação.
Emmanuel/Francisco C. Xavier " Joia "
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