Olá,
Considerando a atividade religiosa por instituto de sublimação da alma, a caminho para
a integração com Deus, refutamos com a Doutrina Espírita, que os sacrifícios voluntários
praticados antigamente pela devoção no encalço de merecimentos espirituais, podem
ser hoje interpretados logicamente por diretrizes frutíferas da consciência, em proveito
próprio.
Nada de cintos eriçados de farpas para tormento físico desnecessário, nem de
abstenções ilógicas suscetíveis de arruinar a saúde.
Vejamos alguns dos atos que o Espiritismo claramente compreende e patrocina, sem
qualquer misticismo:
Votos — Façamos aqueles que se relacionem com a extirpação dos hábitos infelizes
de que ainda sejamos portadores, para tranquilidade nossa e daqueles que
dependem de nós.
Promessas — Estabeleçamos compromissos de servir mais desinteressadamente na
edificação da felicidade alheia com esquecimento de interesses personalistas.
Oblações — Ofereçamos bênçãos de trabalho, compreensão e socorro ao próximo
necessitado de assistência e entendimento, a quem nos compete amar em nome de
Deus e dos Bons Espíritos, transformados em Mensageiros Divinos para atenderem às
carências humanas.
Jejuns — Realizemos os que se referem à supressão da gula mental, em torno de posses
e prazeres absolutamente dispensáveis à nossa alegria e segurança.
Penitências — Suportemos, sem revolta, o imperativo de aguentar fraternalmente as
pedradas e as afrontas da senda cotidiana para as quais ainda não possuímos as
qualidades dos espíritos angélicos.
Cilícios — Apliquemo-nos às disciplinas que visam ao nosso burilamento moral,
cultivando serenidade e paciência, bondade e tolerância, nas situações difíceis em que
o direito parece estar de nosso lado.
Holocaustos — Atendamos espontaneamente à extinção da vaidade e do orgulho, que
nos afligem com os pesadelos da suscetibilidade e da queixa.
Peregrinações — Adotemos o hábito de excursões de fraternidade e beneficência,
atenuando os problemas dos irmãos que sofrem solidão e doença, desolação e
penúria.
Diz a palavra das Revelações que o Senhor deseja "misericórdia e não sacrifício".
Consagremo-nos, desse modo, às obras de misericórdia que nos reclamam, — não a
piedade respeitável mas vazia das dilacerações sem proveito, — mas sim o esforço
incansável do obreiro diligente que colabora com o Mestre na tarefa da construção e do
aperfeiçoamento do mundo, que ainda está muito longe de terminar.
Emmanuel/Francisco C. Xavier " Sol nas Almas "
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