Olá,
Então se lembraram das suas palavras. Lucas 24-8
Ante a realidade do túmulo vazio, nos generosos domínios de José de
Arimateia, as mulheres que tinham vindo da Galileia se lembraram das
palavras de Jesus, acerca da ressurreição no terceiro dia.
Enquanto o Senhor estava com elas, com os discípulos e com o povo, que
Lhe desfrutavam a presença sublime, não Lhe conseguiam guardar os ensinos.
Esqueciam-Lhe as lições, claras algumas vezes, noutras ocasiões ocultas
sob o véu da alegoria e da parábola.
Ouviam, mas não guardavam.
Registravam a suave ressonância do seu verbo luminoso, mas não lhe
absorviam o conteúdo divino e eterno.
Inúmeras vezes, conforme descrevem os evangelistas, confundem os seus
ensinamentos, dando-lhes interpretações em desacordo com o real sentido
deles.
Isso igualmente se repete nos dias que passam, com relação ao
intercâmbio entre os dois planos da vida.
O mesmo fenômeno se verifica com referência às mensagens que a
Espiritualidade Superior nos está enviando, em sucessivas ondas de luz e
amor, numa demonstração de que as comportas celestes continuam abertas de
par em par.
Jesus retornou ao mundo para educar e salvar, para consolar e esclarecer.
Trouxe-nos, de novo, fartas messes, que nos compete assimilar e reter,
ouvir e guardar.
Orientação para o exercício da mediunidade — hífen de luz entre o Céu e a
Terra.
Conselhos sobre a necessidade de obedecer e servir com humildade.
Lições em torno da fraternidade, para que o amor se expanda.
Incentivos ao estudo nobre, para que a cultura dignifique e eleve a criatura
humana.
Exortações à indulgência, para que a compreensão e o respeito favoreçam
a convivência harmoniosa.
Valiosos conceitos sobre o perdão, para que se não adube a sementeira do
ódio.
Incessantes alvitres à reforma íntima, em consecutivas efusões de luz e
misericórdia, enlevam-nos o coração comovido, sempre que as mensagens
surgem, aqui e alhures...
Ao suave impulso da palavra do Alto, indefinível paz invade-nos a alma,
trazendo-nos a confortadora certeza da Presença do Mestre no santuário da
nossa consciência.
Todavia, nos labores mediúnicos e nas experiências da subalternidade
digna, obediência e fraternidade, estudo e indulgência, perdão e esforço
renovativo são, ainda, os “grandes ausentes” da nossa caminhada.
Mais tarde, contudo, quando se der o inevitável retorno de nossos Espíritos
aos planos subjetivos, pela desencarnação, lembrar-nos-emos, surpresos ou
desolados, das palavras desses abnegados instrutores.
A mensagem renovadora é tão necessária ao Espírito Imortal, como o pão diário ao corpo transitório.
É imprescindível, contudo, não só assimilar e reter, ouvir e entender, mas,
sobretudo, guardar e viver o que o Céu tem enviado, com tamanha
prodigalidade, mercê de instrumentos mediúnicos devotados e seguros.
Guardar o ensino, exemplificando-o, constitui, em verdade, garantia de
aproveitamento e iluminação.
Agora e sempre, hoje e amanhã...
Jesus está conosco, através dos ensinamentos que nos têm felicitado as
almas sequiosas.
Nas lições que a psicografia materializa, em forma de mensagens
substanciosas e belas, simples e edificantes.
Nos conceitos elevados que chegam até nós por estímulo e reconforto.
Retendo a palavra do Mestre e aplicando-a à vida prática, na medida de
nossos recursos, evitaremos a tardia memorização que nos trará
desapontamento e surpresa, constrangimento e remorso.
Martins Peralva " Estudando o Evangelho"
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