Olá,
Nos transes inevitáveis da evolução humana, há muita gente que unicamente cultiva a posse de uma fé
convencional, no encapelado oceano das provações terrestres.
Rede que balançasse o coração ente palmeiras farfalhantes...
Barco que vagasse ao sopro da brisa...
Recanto de vale verde à frente do céu azul...
Jardim cujo aroma exercesse a função de brando anestésico...
Entretanto, a construção da fé verdadeira encontra gigantescas batalhas provinciais do coração.
Para buscá-la e incorporar-lhe os valores, as criaturas são constrangidas a se apoiarem umas nas outras
e, porque as criaturas humanas ainda respiram muito longe das condições angelicais, surgem aflições e
conflitos por material indispensável à formação do discernimento – a chave de controle das nossas devoções e
paixões – a fim de que a atitude religiosa, em nós outros, expressando nível espiritual, não nos situe na
mentira piedosa da superestimação dos nossos próprios méritos.
Surpreendemos, a cada passo, choques e dissensões com dificuldades e advertências à vista, qual se dor
viesse examinar o grau da paciência e da humildade, da ponderação e do conhecimento que já conseguimos
assimilar.
Aqui, vacilam amigos queridos...
Ali, apaga-se o íris de suaves encantamentos...
Além, caem defesas que se nos afiguravam de contextura inexpugnável...
Adiante, destacam-se árduos problemas a resolver...
Os espíritos indolentes acusam-se irritados e espantadiços, recolhendo-se à margem para o sono das
próprias conveniências, alegando cansaço e desilusão...
Todavia, quantos despertam para a execução dos próprios deveres, não ignoram que todos estamos
ainda jungidos aos resultados das próprias quedas em existências anteriores e que, por isso mesmo toda a
nossa edificação em matéria de fé precisa erguer-se em bases de experiência pessoal, intimamente sofrida e
vivida através do trabalho comum, no qual todos necessitamos de amor e compreensão, sem ferir verdade e
sem desacreditar a justiça.
Toda vez que nos encontramos em graves contradições no levantamento e na consolidação da própria fé,
analisemos as nossas crises do sentimento com espírito de oração e entendimento, serviço e responsabilidade,
mas não tentemos desertar a luta de que o próprio Cristo não escapou.
Emmanuel " Canais da Vida "
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