Olá,
Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí
nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?
Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal,
quando ele existe.
Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o
bem.
Semelhante ilusão prejudicaria o progresso.
O erro está no fazer-se
que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o,
sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo
alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à
satisfação de apanhar os outros em falta.
Dá-se inteiramente o contrário
quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja,
aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto
é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em
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suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos,
se não estudasse os modelos? – São Luís (Paris, 1860.)
21. Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?
É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna
apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma
pessoa
só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la.
Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência
ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar
a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia
um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se
pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. – São Luís (Paris, 1860.)
O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. X
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