segunda-feira, 1 de junho de 2020

Vigilancia - A soberania da lei

Olá,

 Amai-vos uns aos outros — tal a lei soberana.
Mas os homens, em sua ignorância e em seu egoísmo, desprezam-na, e mutuamente se hostilizam e se consomem.
Todavia, a Providência Divina, pondo sua. sabedoria ao serviço de sua misericórdia, faz que os homens, mesmo infringindo a lei, venham, afinal, a respeitá-la e cumpri-la.
Deus tira dos próprios erros e insânias dos homens o meio de corrigi-los e regenerá-los.

Observando-se o leito de certos rios, vemos ali grande porção de seixos lisos, polidos, com. suas superfícies arredondadas e perfeitamente brunidas.
 No entanto, nem sempre foram assim.
 Antes, eram pontiagudos, disformes, arestosos.
 Entregues, porém, à corrente dos rios, eles se entrechocaram duramente arrastados pelo curso caudaloso das águas em épocas de enchente.
 No decorrer desses repetidos embates periódicos, as arestas e os vértices desses seixos foram- se desgastando e polindo pelo atrito, até que, depois de muito se friccionarem, se tornaram lisos, como que envernizados por engenhosa arte.
 Assim sucede com os homens.
 Lançados ao curso da vida, combatem-se, guerreiam-se, devoram-se.
As paixões entrechocam-se num tumultuar constante.
 As competições e as rivalidades, em todas as classes, se sucedem continuamente.
 "O homem é o lobo do homem."
 Cobiça, orgulho, ciúmes, invejas, quais arestas aguçadas, vão-se ferindo reciprocamente, até que um dia, após longos e repetidos embates, acabam por se destruírem.
 Surge, então, o homem novo, caráter íntegro, lapidado em todas as suas facetas como o diamante lavrado por mão de habilíssimo artífice.
A justiça e a misericórdia divinas, agindo em concomitância, levam o homem a reconhecer a soberania da lei.
 Tudo que a vingança dita, que a cobiça inspira, que o orgulho obriga, que o egoísmo, numa palavra, impõe, se consome e passa. Só o amor é eterno, só o amor vence e permanece.

 Vinícius "Em torno do Mestre"

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