Olá,
1 - Existem as almas gêmeas, metades que se buscam para um embalo
eterno?
O Espiritismo diz que não, conforme está na questão nº 298, de “O Livro
dos Espíritos”. Há, seguramente, as algemas, almas que se unem para
experiências de resgate e reajuste, no instituto do casamento.
2 - Então essa história de cara metade é furada?
Não inteiramente. Se há respeito, carinho, compreensão entre os cônjuges,
natural que usem essa expressão reciprocamente. Se acirram-se
desentendimentos, em clima de guerra doméstica, a cara metade costuma
transformar-se em metade cara, em face do desgaste emocional e espiritual
dessa convivência.
3 - Por isso costuma-se dizer que o casamento é como uma fortaleza
sitiada. Quem está fora quer entrar. Quem está dentro quer sair...
Levando por aí podemos lembrar uma observação atribuída a Sócrates:
“Quer vos caseis, quer não, havereis de vos arrependerdes.”
4 - Não será para contornar essa dubiedade que muita gente prefere o
ajuntamento, sem os compromissos formais do matrimônio?
O ajuntamento é uma clara demonstração de que os parceiros desejam as
vantagens dessa relação sem disposição para assumir os compromissos que
lhe são inerentes.
5 - Quais seriam esses compromissos?
Fundamentalmente, o de renunciar à liberdade irrestrita. Numa existência
em comum as decisões e iniciativas não podem ser unilaterais. Há que se
harmonizarem necessidades e aspirações de ambas as partes.
6 - Mas isso não pode estar presente também num ajuntamento?
Talvez, mas é difícil. Implicitamente as pessoas que partem para um
ajuntamento estão dizendo: «Vamos experimentar. Se você não invadir meu
espaço, se não interferir em minhas iniciativas, se atender às minhas
expectativas, ficaremos juntos”. É um mau começo.
7 - Até que ponto o casamento altera essa concepção?
O casamento é uma demonstração recíproca de confiança na solidez da
relação. Ao assinar o contrato matrimonial os nubentes atestam que estão
dispostos a enfrentar juntos as lutas da existência e compor um agrupamento
familiar, marcado pela presença de filhos, com todas as responsabilidades que
lhe são inerentes.
8 - Como superar as divergências, a caminho de uma harmonização na vida
familiar?
O primeiro passo, o mais importante, é superar o comportamento egoístico.
Mudar a conjugação, no verbo de suas ações. Nunca na primeira pessoa do
singular, eu; sempre na primeira do plural, nós. Que sejam almas gêmeas
nesse empenho e viverão felizes.
NÃO PISE NA BOLA RICHARDA SIMONETTI
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