Olá,
Interpretemos nossos adversários por irmãos, quando não nos
seja possível recebê-los por instrutores.
Quando o Senhor nos aconselhou a paz com os inimigos do nosso
modo de ser, recomendou-nos certamente o olvido de todo o mal.
Às vezes, fustigando aqueles que nos ofendem, a pretexto de
servirmos à verdade, quase sempre faltamos ao nosso dever de amor.
Nem todos podem enxergar a vida por nossos olhos ou aceitar o
mapa da jornada terrestre, através da cartilha dos nossos pontos de vista.
E, não raro, em zurzindo os outros com o látego de nossa crítica ou intoxicando-os com o vinagre de nosso azedume, procederemos à maneira do lavrador que enlouquecesse, de improviso, espalhando cáusticos destruidores sobre a plantação nascente, necessitada de auxílio pela fragilidade natural.
Claro que o amor fraterno encontra mil modos diversos para fazer-se sentir, no reajuste das situações difíceis no caminho da vida e é justamente para a verdadeira solidariedade que devemos apelar em qualquer circunstância obscura do roteiro comum.
Se não apagamos o incêndio, atirando-lhe combustível, e se não podemos sanar feridas, alargando-lhes as bordas, a golpes de força, também não entraremos em harmonia com os nossos adversários por intermédio da violência.
Usemos o amor que o Mestre nos legou, se desejamos a paz na Vida Maior.
Compreendamos aos que nos ofendem.
Oremos pelos que nos perseguem ou caluniam.
Amparemos os que nos perturbam.
Sejamos o apoio dos companheiros mais fracos.
E o Divino Senhor da Vinha do Mundo, que nos aconselhou o livre crescimento do joio e do trigo, no campo da Terra, em momento oportuno, se fará revelar, amparando-nos e selecionando os nossos sentimentos, através do seu justo julgamento.
Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier
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