Olá,
Vigiar na expressão correta será, decerto, espreitar, observar, permanecer atento, mas na palavra do Cristo e, sobretudo, no conceito espírita cristão, o termo ganha em extensão e profundidade.
Vigiar e vigiar, mas para quê?
A opinião popular para definir atitude acautelatória costuma repetir que é necessário abrir os olhos, esquadrinhar pormenores em torno, certificar-se quanto a isso ou aquilo.
E não poucos espíritos, mesmo aqueles que se mostram servidos por excelente cultura, imobilizam os ponteiros do relógio da observação pessoal nos minutos infelizes de situações e pessoas, qual se o tempo não fosse concessão divina, em desdobramento constante, favorecendo a melhoria e a renovação permanente de tudo.
Realizam notável serviço de alerta e catalogam defeitos e falhas, com primorosas coleções de censuras e avisos.
Evidentemente, ninguém deve menosprezar conselhos e previsões, no entanto, vigiar, na temática de Jesus é identificar a região moral onde o socorro se faça preciso e efetuá-lo sem alarde, no espírito da caridade real que estende a mão direita sem que a esquerda tome conhecimento disso.
De que adiantaria um professor que vigiasse os alunos sem ânimo de ministrar-lhes instrução?
Ou um semeador que montasse leal sentinela, à frente do campo, sem o menor intento de cultivá-lo?
Vigiemos, sim, mas para descobrir o processo de auxiliar com segurança na edificação do melhor e na preservação da harmonia.
Procuremos abrir os olhos para ajudar em silêncio e servir em proveito dos outros sem lisonja a nós mesmos.
Reportamo-nos, frequentemente, à penúria e à ignorância que ainda infestam regiões enormes da Terra e descerramos colunas e colunas de jornais para convulsionar a emoção pública com a exposição dos desastres e tragédias que a miséria e a incultura patrocinam, mas, não será o caso de, antes, abrir os olhos para ver as necessidades do mundo a fim de suprimi-las sem vozerio?
Conhecemos hoje os prodígios da imunização.
Flagelos antigos, quais a varíola e a febre amarela foram extirpados do Planeta porque o homem, pela ciência, se empenhou a espreitá-las na origem, de modo a coibir-lhes os efeitos.
Por que não sondar, pelas antenas da caridade, o que se deve fazer para evitar a criminalidade e a indigência?
Disse-nos o Mestre: "orai e vigiai, para não cairdes em tentação", que podemos interpretar como sendo apelo a não cairmos na tentação da preguiça de quem se acomoda no mal, verificando males e denunciando males, sem nenhuma vocação para a obra do bem.
André Luiz/Waldo Vieira Sol nas Almas
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