Olá,
“Amai, pois, a vossos inimigos “ JESUS LUCAS, 6:35.
“Se o amor do próximo constitui a principio da caridade, amar as inimigos é a mais sublime aplicação desse principio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra a egoísmo e o orgulho.” - O E.S.E. Cap. 12, 3
Não apenas os nossos adversários costumam cair.
É preciso entender que as situações constrangedoras não aparecem unicamente diante daqueles que não nos comungam os ideais, cujas deficiências, por isso mesmo, estamos naturalmente inclinados a procurar e reconhecer.
As criaturas que mais amamos também erram, como temos errado e adquirem compromissos indesejáveis, como, tantas vezes, temos nós abraçado problemas difíceis de resolver.
E todos eles, - os irmãos que resvalam na estrada, decerto pedem palavras que os esclareçam e braços que os levantem.
Tanto quanto nós, na travessia das trevas interiores, quando as trevas interiores nos tomam de assalto, reclamam compaixão e socorro, ao invés de espancamento e censura.
Ainda assim, compaixão, e socorro não significam aplauso e conivência para com as ilusões de que devemos desvencilhar-nos.
Em verdade, exortou-nos Jesus a deixar conjugados, o trigo e o joio, na gleba da experiência, de vez que a Divina sabedoria separará um do outro, no dia da ceifa, mas não nos recomendou sustentar reunidos a planta útil e a praga que a destrói.
A vista disso, a compaixão e o socorro expressam-se no cultivador, através da bondade vigilante, com que libertará o vegetal proveitoso larva que o carcome.
O papel da compaixão é compreender.
A função do socorro é restaurar.
Mas se a compaixão acalenta o mal reconhecido, a título de ternura, converte-se em anestesia da consciência e se o socorro suprime o remédio necessário ao doente, a pretexto de resguardar-lhe o conforto, transforma-se na irresponsabilidade fantasiada de carinho, apressando-lhe a morte.
Reconhecendo, pois, que todos somos suscetíveis de queda, saibamos estender incessantemente compaixão e socorro, onde estivermos, sem escárnio para com as nossas feridas e sem louvor para com as nossas fraquezas, agindo por irmãos afetuosos e compassivos mas sinceros e leais uns dos outros, a fim de continuarmos, todos juntos, na construção do Bem Eterno, trabalhando e servindo, cada qual de nós, em seu próprio lugar.
Emmanuel/Francisco C. Xavier O Livro da Esperança
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