sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Evangelho - Libertação

Olá,

 Se vós falei de coisas terrestres, e não crestes...

 O Espiritismo tem sido a Doutrina que esposa, defende e difunde a idéia de que as revelações são feitas à medida que se processa a maturidade do homem.”
 Não estando em condições de compreender a voz dos céus”, venha ela no campo da Ciência, da Filosofia ou da Religião, tem a criatura humana pretendido não só conhecer o que não pode, mas, o que é pior, exercer o monopólio de pequeninas nesgas de revelações que o Pai Celestial permite se façam.
São “coisas celestiais”, como acentuou Jesus, que os Nicodemos da atualidade não podem compreender — eles que ainda não entendem nem mesmo as coisas terrestres.
 O trabalho revelacionista da Espiritualidade Superior obedece a uma planificação que se alicerça, sobretudo, na sabedoria e no amor de Deus. E a manifestação desse trabalho, na Terra, entre os homens, subordina-se aos fatores mais variados. Culturais, morais, espirituais. Não se condiciona à vontade, quase sempre infantil ou pretensiosa, dos encarnados. Cada um receberá de acordo com o grau de cultura. o índice de espiritualidade, a natureza dos sentimentos.
 Tudo vem a seu tempo, e Deus é quem sabe quando o tempo é propício.
Jesus falou sobre a Reencarnação a Nicodemos, mas o digno e respeitável corifeu do farisaísmo não pode compreender a referência do Mestre. Nicodemos era um homem intelectualizado, ninguém o pode negar. Habituara-se, sem dúvida, no Templo e nas Sinagogas, ao jogo fraseológico da exegese escriturística. Mas, eis a verdade: — não possuía cultura espiritual. para entender o transcendentalismo da tese palingenésica, por Jesus sutilmente exposta.
 “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?“ — frisou o Mestre, compreensivo e paciente, generoso e sábio, ante o esforço mental do curioso fariseu.
 Apesar disso, numa derradeira tentativa, atento à fome espiritual do doutor da lei, prosseguiu:
 “Na verdade vos digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” — palavras que, mais tarde, o Consolador pelo próprio Jesus prometido transformaria no “nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir continuamente..
 Para se compreender a Reencarnação, é indispensável, antes de tudo, que o homem se liberte do fanatismo religioso.
 Atire para bem longe o preconceito científico.
 Jogue fora qualquer expressão dogmática.
 Não se libertando — não entenderá.
 Libertar-se, pois, para entender — eis a questão.
 É necessário que, superando a má vontade e o orgulho, dê o homem uma sacudidela na própria consciência e se liberte, de uma vez ou gradualmente, mas com firmeza, de quaisquer estreitismos e inibições.
 Nesse esforço, por compreender, a humildade desempenha, também, um papel relevante.
 A coragem moral também tem o seu lugarzinho...
 Estreitismos e inibições, má vontade e orgulho são herança de religiões que, ou se modificam, sob o impacto da evolução, do progresso, ou perdem a sua finalidade, o seu prestígio no seio do povo. Serão compelidas a ceder o lugar, em definitivo, a doutrinas mais consentâneas com a fé que não tem medo da razão.
 O homem moderno está buscando, com ansiedade, o conhecimento da Verdade.
 É interessante, pois, não esquecer a advertência de Jesus quando afirmou que o homem se libertará ao conhecer essa Verdade ...

 Martins Peralva                                    Estudando o Evangelho

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