Olá,
Conversarás a dignidade do lar e honrarás, amando infatigavelmente, os pais que te
proporcionaram berço e vida.
Nunca sonegarás teu auxílio aos que te peçam amparo e compreensão no aconchego
doméstico.
Exaltarás, servindo, a terra que lhe te acolhe por mãe generosa, retribuindo, em cuidado e
respeito, o pão que ela te dá.
Saberás agradecer o espaço em que movimentas, assegurando-lhes a limpeza e
ofertando-lhe, sempre que possível, o perfume de alguma flor que dependa de teu
carinho.
Situarás, enfim, o coração na pátria que te reúne aos irmãos do mesmo ideal e da mesma
língua, mas não olvidarás que o mesmo céu estrelado, de vigia sobre as nossas
aspirações, agasalha as esperanças de outros povos que recebem como nós a Bênção
de Deus.
Quando procures o trabalho, cada manhã, recorda que outros homens fazem o mesmo,
quando o Sol lhes anuncia um dia novo, e, quando envolvas teus filhos nas preces da
noite, pensa nas mães que, em países distantes, velam igualmente, suplicando ao Todo
Misericordioso lhes proteja e conduza os entes queridos.
Não julgues que a riqueza amoedada de alguns e a carência econômica de outros sejam
motivo a diferenças.
As dores que nos aprimoram a alma e as alegrias que nos
impulsionam para a frente vibram em milhares e milhares de corações no outro
hemisfério.
Quando algo ouças, em torno de grupos dessa ou daquela conquista, ora por eles; são
irmãos que desconhecem as reações dolorosas que lhes reajustarão o espírito mais
tarde.
E quando escutes algum noticiário, acerca de grupos outros que estejam em
provação, ora igualmente por eles, para que não lhes escasseiem o dom do trabalho e a
força da paciência.
A todos considera como sendo nossos companheiros, criaturas do
mesmo Criador e filhos do mesmo Pai.
De futuro, nos reinos do espírito, vê-los-ás na
condição da Humanidade – nossa verdadeira família.
Aprende, pois, desde hoje, a banir do teu dicionário a palavra “estrangeiro” e, em se
referindo a alguém que haja nascido em clima diverso, deixa que a fraternidade te suba
da alma aos lábios e dize sinceramente “nosso irmão”.
Emmanuel/Francisco C. Xavier Entre irmãos de outras Terras
(Paris, França, 21, Agosto, 1965.)
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