domingo, 22 de março de 2015

Vigilância - JESUS E HONRA

Olá,

A estrutura psíquica de Jesus é o modelo da perfeita identificação com a tarefa que Ele veio exercer.
 Ele pôde penetrar nas leis fundamentais da vida que conduzem os homens, estabelecendo em palavras e atos os roteiros seguros para o equilíbrio fisiopsíquico de todos.
Projetando a Verdade, não esmagava com a Sua natural superioridade, não absorvendo cada individualidade, que permanecia mais independente. Aqueles que se Lhe afeiçoavam, encontravam a paz e por esta razão, optavam livremente por segui-lo.
 Ele sabia despertar as potencialidades jacentes em cada um, canalizando-as para as operações saudáveis, mediante cujo esforço se fruíam júbilos e plenitude.
 As parábolas, que lhe guardam as instruções vivas, continuam adequadas para os problemas hodiernos, possuindo sentido harmônico e orientação capazes de serem aplicadas sem qualquer conflito de época, lugar e pessoa.
 O homem moderno prossegue, de certo modo, com as mesmas aspirações e necessidades dos seus antepassados, ressalvadas algumas conquistas logradas através dos tempos.
Desse modo, ainda permanece com carências e inseguranças que lhe perturbam as estruturas emocionais. Para conseguir a liberdade interior e a emancipação, necessita da luz do conhecimento e da coragem para entregar-se com decisão à honra dos objetivos que persegue.
Saber o que pretende da vida e como consegui-lo, eis o processo-parto de amadurecimento pessoal rompendo com as suas próprias raízes os atavismos que lhe procedem do passado espiritual.
 Para este esforço, a honra se lhe torna o inigualável guia interior, impulsionando-o para a frente, nos passos que deve dar, sem mais deter-se.
 Na ruptura dos laços familiares constringentes, Jesus, sem deixar de atender aos compromissos morais e sociais com o clã a que pertencia, demonstrou a grandeza da coragem que a honra pessoal lhe facultava.
 Buscado pela família, que Lhe ignorava o ministério, duvidando da Sua missão, e assim tentando interrompê-la, quando Ele punha os alicerces da Boa Nova nos corações, foi advertido por alguém que Lhe disse: “— Tua mãe e Teus irmãos aí se encontram e chamam por Ti.”
Chegara-Lhe o momento da indeclinável quão honrosa decisão, facultando-Lhe interrogar com tranqüilidade: “— Quem é meu pai, minha mãe, quem são meus irmãos, senão aqueles que fazem a vontade de Deus?”
A estupefação geral não O perturbou e Ele prosseguiu como se nada houvesse acontecido.
 Honra é a coragem de eleger o melhor. A dubiedade na decisão entre os que O desejavam reter e aqueles que Lhe necessitavam da presença e das lições, seria a lamentável falência dos objetivos que buscava.
Não há, aí, desrespeito aos familiares. Estes, sim, presunçosos e amedrontados, sem O consultarem, desrespeitavam-Lhe a opção de homem independente, que viera para um apostolado que jamais negara qual seria o término: a humilhação, a cruz, a morte.
A Sua honra levava-O ao prosseguimento, mesmo lutando contra todos os fatores hostis. Ele viera romper os impedimentos, arrancar a escultura modelada do homem integral, do mármore frio da sociedade utilitarista e escravocrata. O cinzel e o martelo para arrebentar a pedra eram a honra e o dever. Nada podia emparedá-lo nos limites das conveniências, dos receios pueris, das afeições imaturas.
Vinte séculos depois, ei-lO o mesmo escultor de almas, trabalhando o granito das vidas, a fim de libertá-las.
Tua honra deve modelar-se na d'Ele. Tua decisão para a felicidade, rompendo as estruturas passadistas e acomodadas, é a força do teu empreendimento. Entra em ti mesmo e ausculta a consciência, o teu guia íntimo, a fim de saberes o que pretendes, o que é melhor para ti e como conquistá-lo.
A tua libertação diferirá daquela que rompe vínculos de afetividade para soltar-se, escravizando-se a outras situações piores.
 A honra de encontrar um guia interno, que te orienta nos fundamentos da vida de Jesus, é o desalgemar-se de tudo quanto constitui retentiva, para que sigas plenamente. Após isto, não serás mais o mesmo, nem te repetirás. A consciência do dever se manifestará a ti na honra de seguir em padrões de respeito a todos e a tudo, porém, de liberdade total sob a liderança de Jesus.

Joanna de Ângellis/Divaldo P. Franco             "  Jesus e Atualidade  "

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