Olá,
Entre familiares e amigos, encontras, na Terra, a oficina do teu burilamento.
Com raras exceções, todos apresentam problemas a resolver.
Problemas na emoção e no pensamento.
Problemas na palavra e na ação.
Problemas no lar e no trabalho.
Problemas no caminho e nas relações.
Prossegues, assim, junto deles, como quem respira ao pé de múltiplos instrutores num
instituto de ensino.
Muitos reclamam trabalho, lecionando-te paciência, enquanto outros te ferem a sensibilidade,
diplomando-te em sacrifício.
Há os que te escandalizam incessantemente, adestrando-te em
piedade, e aqueles que te golpeiam a alma, com as lâminas invisíveis da ingratidão, para que
aprendas a perdoar.
E as lições vão surgindo, à maneira de testes inevitáveis.
Agora, é o esposo que deserta, dobrando-te a carga de obrigações, ou, noutras
circunstâncias, é a esposa que se rebela aos compromissos, agoniando-te as horas...
Hoje,
ainda, são os pais que te contrariam as esperanças, os filhos que te aniquilam os sonhos ou
os amigos que se transformam em duros entraves no serviço a fazer.
Nenhum problema, entretanto, aparece ao acaso, e, por isso, é imperioso te armes de amor
para a, luta íntima.
Fugir da dificuldade é, muitas vezes, a ideia que te nasce como sendo o melhor remédio.
Semelhante atitude, porém, seria o mesmo que debandar, menosprezando as exigências da
educação.
Carrega, pois, com serenidade e valor o fardo de aflições que o pretérito te situa nos ombros,
convicto de que os associados complexos do destino são antigos parceiros de tuas
experiências, a repontarem do caminho, solicitando contas e acertos.
Seja qual for o ensinamento de que se façam interpretes, roga à Sabedoria Divina te inspire
a conduta, a fim de que não percas o merecimento da escola a que a vida te conduziu.
Ainda mesmo em lágrimas, lê, sem revolta, no livro do coração, as páginas de dor que te
imponham, ofertando-lhes por resposta as equações do amor puro, em forma de tolerância e
bondade, auxílio e compreensão.
Recorda que o próprio Cristo, sem débito algum, transitou, cada dia, na Terra, entre esses
professores diferentes do espírito.
E, solucionando, na base da humildade, os problemas que
recebia na atitude e no comportamento de cada um, submeteu-se, a sós, à prova final da
suprema renúncia, à qual igualmente te submeterás, um dia, na conquista da própria
sublimação – o único meio de te elevares ao clima glorioso dos companheiros já redimidos
que te aguardam, vitoriosos, nas eminências da Espiritualidade.
Emmanuel/Francisco C. Xavier " Luz no Lar"
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