Olá,
“Bem-aventurados os pobres de espírito”:- proclamou o Senhor.
Nesse passo, porém, não vemos Jesus contra os tesouros culturais da
Humanidade, mas, sim, exaltando a humildade de coração.
O mestre recordava-nos, no capítulo das bem-aventuranças, que é preciso
trazer a mente descerrada à luz da vida para que a sabedoria e o amor encontrem
seguro aconchego em nossa alma.
Hoje, como antigamente, somos defrontados, em toda parte, pelas escrituras
encarceradas nos museus acadêmicos, cristalizadas nos preconceitos ruinosos,
mumificadas em pontos de vista que lhes sombreiam a visão e algemadas a
inutilidade do raciocínio ou do sentimento, engrossando as extensas fileiras da
opressão.
Imprescindível clarear o pensamento, diante da natureza, e aceitar a extrema
insignificância em que ainda agitamos, perante o Universo.
Jesus induzia-nos a esquecer a paralisia mental, em que, muitas vezes, nos
comprazemos, inclinando-nos à adoção da simplicidade por norma de ascensão
espiritual.
Esvaziemos o coração de todos os defeitos e de todos os fantasmas que
experiências inferiores nos impuseram na peregrinação que nos trouxe ao presente.
Cada dia é nova revelação do Senhor para existência.
Cada companheiro da estrada é campo vivo a que podemos arrojar as
sementes abençoadas da renovação.
Cada dor é uma benção para os que prosseguem acordados no conhecimento
edificante.
Cada hora na marcha pode converter-se em plantação de beleza e alegria, se
caminhamos obedecendo aos imperativos do trabalho constante no Infinito Bem.
Toda ciência do mundo, confrontada à sabedoria que nos espera, é menos
que o ribeiro singelo ante o corpo ciclópico do oceano.
Toda riqueza dos homens perante a herança de luz que o Pai Celestial nos
reserva, é minúsculo grão de pó na química planetária.
Sejamos simples e espontâneos, na senda em que a atualidade nos situa,
aprendendo com a vida e doando à vida o melhor que pudermos, para que, em nos
candidatando à láurea dos bem-aventurados, possamos ser realmente discípulos
felizes daquele Amigo Eterno que nos recomendou: -“Aprendei de mim que sou
humilde de coração.”
Emmanuel/Francisco C. Xavier " Refúgio "
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