sábado, 25 de abril de 2020

Analisar - AMOR

Olá,

 A condição primordial para que possamos realmente partilhar o amor é não impedir o outro de crescer como indivíduo distinto de nós.
Quando bloqueamos o crescimento de quem amamos, a relação de afetividade fica segmentada por montanhas de frustração e desapontamento.
"A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um. (...) O direito estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça. Aliás, ele não regula senão certas relações sociais, enquanto que, na vida particular, há uma imensidade de atos que são unicamente da alçada do tribunal da consciência."
 O "respeito aos direitos de cada um", a que se referem os Guias Espirituais, está fundamentado, acima de tudo, nos bens imortais ou valores íntimos que conquistamos e que nos dão o direito de uso, desfrute e disposição, sem desacatar, afrontar ou impedir, no entanto, o crescimento das pessoas com quem convivemos.
O ultraje e o desrespeito no amor têm como "pano de fundo" certas características psicológicas de indivíduos que negam seus próprios temores, inseguranças e fraquezas e que se compensam utilizando comportamentos autoritários, possessividade e arrogância.
No amor não é preciso viver como se estivéssemos num "torneio", tentando medir forças ou exibir a importância de nosso valor por meio de imposições, discussões e disputas diárias.
O respeito legitima e valoriza o amor, que sempre vem acompanhado de atenção, colaboração, companheirismo e afetuosidade.
 Quando amamos alguém, o melhor a fazer é mostrar-lhe nossa "visão de mundo".
No entanto, devemos dar-lhe o direito de aceitar ou de recusar nossas idéias e pensamentos, sem causar-lhe nenhum constrangimento nem utilizar expressões de subordinação.
Eis algumas notas importantes para todos aqueles que pretendem cultivar o amor pleno:
 •respeitar o valor das diferenças pessoais;
 • evitar atitudes de possessividade afetiva;
 • admitir que todos estamos sujeitos ao erro;
 • abandonar a idéia de ser compreendido em tudo;
• assumir a responsabilidade pelos atos que praticar;
 • não esquecer a própria identidade;
•jamais querer mudar as pessoas pelos seus pontos de vista;
• usar sempre a sinceridade como defesa;
 • perceber suas limitações para poder compreender as dos outros;
 • entender que, em se tratando do amor, todos somos ainda aprendizes.
No que diz respeito a laços afetivos, por mais envolvimento que haja em termos de simpatia, ternura e anseio, a dinâmica que nos manterá unidos a outra pessoa será invariavelmente o respeito mútuo.
Se desejarmos conviver bem afetivamente, deveremos nos empenhar na aquisição da sabedoria interior, que é sempre uma tarefa pessoal.
 Para atingirmos a plenitude do amor, é necessário nos libertarmos das crises de onipotência, pois somente admitindo nossa vulnerabilidade é que criaremos uma situação favorável para o êxito no amor.
O amor nos põe à disposição o mais frutífero e abençoado dos terrenos para o crescimento interior. Esse "solo fecundo", quando fertilizado pelo afeto real, nos faz abrir mão da ilusão de possuir toda a verdade, eliminando, em consequência, nossas síndromes de inflexibilidade.

 O L.E.  Questão 875 Como se pode definir a justiça?
"A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um."
O que determina esses direitos? "Duas coisas os determinam: a lei humana e a lei natural.
Tendo os homens feito leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis estabeleceram direitos que puderam variar com o progresso dos conhecimentos. Vede se vossas leis de hoje, sem serem perfeitas, consagram os mesmos direitos da Idade Média. Esses direitos antiquados, que vos parecem monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. O direito estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça. Aliás, ele não regula senão certas relações sociais, enquanto que, na vida particular, há uma imensidade de atos que são unicamente da alçada do tribunal da consciência."


Hammed/Francisco do Espírito Santo Neto                        “Os Prazeres da Alma”

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