Olá,
Vive-se, na Terra, o momento do desvelar o que se encontra
oculto.
Não que este seja um período pior do que outros que
foram ultrapassados.
E mesmo caracterizado por muitas bênçãos
advindas do progresso e do desenvolvimento cultural dos seus
habitantes, embora ainda
permaneçam muitos desastres
evolutivos em forma de violência, de desrespeito aos códigos
soberanos da Vida, de desequilíbrios em expressões diferentes,
mas todos muito graves quão perturbadores.
Sucede que muitos dos acidentes morais que chegam ao
conhecimento público e fazem a felicidade dos tabloides
escandalosos e da mídia em geral, que com eles se preocupam,
assim interessam às criaturas porque são projeções inconscientes do que está gravado no íntimo dos seres, perma-
necendo ocultos.
De certo modo, o ser humano sente prazer
quando detecta desgraça alheia, vendo-se refletido no outro, que
parecia nobre e bom, no entanto portador das mesmas misérias
que ele.
Como consequência, compraz-se em divulgar o fato,
hipocritamente algumas vezes, dando a impressão de lamentá-lo,
quando o está aplaudindo e ampliando a área da informação
malsã, ou simplesmente quando se ergue para agredir em nome
da moralidade ou da defesa dos ideais de enobrecimento, assim
agindo, irado, porque o outro realizou o que ele gostaria de fazer
e não pôde, não teve coragem, as circunstâncias não lhe
facultaram.
O comportamento emocional é muito complexo para ser
reduzido a padrões que inspirem segurança e estrutura, em razão
do processo de evolução de cada criatura, ao largo das
reencarnações, tendo como predominância, em a sua natureza, o
período multimilenário de experiências nas
faixas mais primárias do desenvolvimento e pouco tempo no
acesso à razão, ao discernimento, ao sentimento de amor.
As ações, portanto, são o reflexo da fixação das conquistas
psicológicas e intelectuais, tornando-se realidades na pauta do
comportamento humano e no inter-relacionamento pessoal.
Começam como tolerância para com aqueles que se encontram
nos patamares inferiores do processo de crescimento moral,
ensejando-lhes aberturas fraternais para a sua realização, ao
mesmo tempo auxiliando de forma direta na conquista do
necessário ao seu crescimento interior e externo.
A tolerância real é conquista valiosa, que se transforma em
degrau de progresso, porque faculta novas expressões de
solidariedade, destacando-se o perdão irrestrito a todo mal que se
haja feito, com esquecimento real da ofensa.
Superar esse desafio significa um passo avançado no processo
iluminativo pessoal, que abre campo para as ações da caridade
fraternal, do auxílio aos mais necessitados, da presença onde se
tornem indispensáveis o apoio e a ajuda dignificadora.
Ação é a palavra de ordem, em todo o Universo.
O movimento
constitui mecanismo que impulsiona a vida em todos os sentidos.
O ser humano somente se identifica com a sua realidade
quando age, tornando-se útil, desprendido dos bens materiais e
das paixões pessoais ainda primitivas.
Muitas desgraças que lhe
acontecem são lições da vida, cujos bens morais deve
compreender e armazenar. Enfermidades inesperadas,
acontecimentos desagradáveis, mortes prematuras, separações
que surpreendem, acusações descabidas são ocorrências que
favorecem o enrijecimento do caráter do Espírito e que o
enobrecem, promovendo-o das faixas psíquicas mais pesadas
onde se encontra, para que se possa movimentar em outras
ondas elevadas que o aguardam no processo de libertação.
Por isso mesmo, nem todo infortúnio deve ser lamentado,
senão aceito de modo positivo, porque a Vida sabe o que é
necessário para o ser, proporcionando-lhe conforme a sua
capacidade de aceitação e oportunidade de experimentação.
Assim realizado, esse ser autodesperto já não pode adiar a sua
contribuição em favor do meio social onde vive, passando a agir
de maneira infatigável.
As suas ações se tornam fator preponderante para o progresso
de todos os demais seres, que agora se lhe tornam irmãos,
companheiros da mesma jornada.
A sua ascensão eleva-os; a sua queda os conduz ao abismo.
Sua responsabilidade torna-se expressiva, porquanto,
autoconsciente dos compromissos que lhe estão reservados,
entende por que se encontra na Terra neste momento e sabe
como desincumbir-se dos confrontos e lutas que lhe chegam,
preservando os valores morais e humanos que lhe são próprios.
Quaisquer conflitos que porventura lhe surjam, agora não
constituem mais razão de desequilíbrio ou de perturbação, mas
oportunidade de ampliar-lhe a capacidade de entender e de
solucionar, de crescer infinitamente, porque o seu futuro é a
conquista do Si plenamente, superando todos os obstáculos
decorrentes das reencarnações passadas com vistas nas
propostas desafiadoras do futuro.
Joanna de Ângelis/Francisco C. Xavier " Vida: Desafios e Soluções "
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