Olá,
Não te digas sem paz, sem esperança…
Nem afirmes que o mundo é triste e vão…
A existência na Terra é ascensão incontida
E a própria Natureza é um hino à luz da vida,
Promovendo alegria e elevação.
Olha a foice cortando o mato inculto…
Depois, rasga-se a gleba, a golpes de trator.
Logo após, eis o exílio da semente;
Depois ainda, é o quadro viridente
Do solo aprimorado a esmaltar-se de flor.
A dinamite explode, a pleno campo,
Estremece a pedreira a gritar, a rugir…
Desunem-se calhaus, fugindo, salto em salto.
Surge, porém, depois, o caminho de asfalto,
Apontando a beleza e o fulgor do porvir.
Cai o tronco a gemer no próprio berço,
Parecendo um gigante a protestar;
Em seguida, levado ao corte em que se apura,
Faz-se viga, portal, segurança e estrutura,
Oferecendo à vida a proteção do lar.
O trigo baila ao sol, em cachos de ouro,
Alteando o valor do solo que o bendiz,
Mas vem o segador que o deixa em queda e chaga…
Depois, ei-lo na mesa…
É o pão em que se apaga
Para que a refeição seja farta e feliz.
Assim também, alma querida e boa,
Sofrimento é poder renovador…
Sacrifício, aflição, angústia, disciplina
São Processos de Deus com que Deus nos ensina
A conquista da Luz e a construção do Amor.
Maria Dolores/Franncisco C. Xavier " Amanhece "
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