sábado, 1 de agosto de 2020

Vigilancia - Apresenta-lhe também a outra face”


Olá,  

Não se trata de praticar uma série de atos virtuosos externos, como parece á primeira vista — trata-se, sim, de crear dentro de si uma atitude, um clima, uma atmosfera permanente, a qual, de vez em quando, oportunamente, se revele em algum desses atos externos, transitôrios. 
Uma vez que o “agir segue ao ser”, e natural que um novo ser interno se manifeste num novo agir externo; mas, o principal não é esse agir, o qual, sem o seu correspondente ser, será sempre algo sacrificial e artificial meramente moral e não profundamente místico como é a alma do reino de Deus.
... O primeiro passo para ser libertado da escravidão do ego é reconhecer essa escravidão como escravidão.
 Não é o simples “querer” que decide — todos os profanos de boa vontade querem — mas é um novo “poder”. 
Muitos podem querer — poucos podem poder. 
Para que alguém possa, não só querer, mas, também poder, é indispensável que tenha recebido uma vida nova, que tenha renascido pelo espírito, que tenha tido a suprema revelação do seu eterno “ser divino” — o seu misterioso “eu e o Pai somos um”.
...  O Sermão da Montanha é a chave da grande e definitiva libertação do homem. E a última palavra sacra de toda a iniciação esotérica e mística dos candidatos à verdadeira sabedoria e experiência cósmica. 
O Sermão da Montanha é um convite para a morte e para a ressurreição, para o ocaso do ego luciférico e para a alvorada do Eu Crístico... 
Aceitar esse convite é vida eterna — rejeitá¬lo é morte eterna... 
Aqui se bifurcam os caminhos da humanidade... 
Aqui se digladiam, em dramático duelo, as duas maiores potências do Universo — Lúcifer e Lógos, a magia mental do velho ego, e a sabedoria espiritual do novo Eu... 
Aqui se alarga o campo da grande tentação, em pleno deserto — entre a política telúrica do tentador: “Eu te darei todos os reinos do mundo e sua glória” — e a sapiência cósmica do tentado: “O meu reino não é deste mundo”. 
No Everest do Sermão da Montanha se vê todo o indivíduo humano colocado na grande encruzilhada entre o “querer ser servido” do velho ego luciférico — e o “querer servir” do novo Eu cristico... 
A escolha é livre — mas as consequências da escolha obedecem a uma lei inexorável... 
A alternativa suprema e última é esta: VIDA — ou MORTE...

Huberto Rohden   " O Sermao da Montanha"

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