Olá,
Mat. 21 :33-42 nos narra esta parábola.
" Havia
um homem proprietário
que plantou uma vinha,
circundou-a com uma palissada,
cavou nela um lagar
e edificou uma torre, e
entregou-a a uns lavradores
e saiu do país.
34. Quando chegou a época dos
frutos, enviou seus servos
aos lavradores para receber
seus frutos.
35. E os lavradores, recebendo
os servos dele, feriram um,
mataram outro e
apedrejaram
outro.
36. De novo enviou outros servos,
mais numerosos que
antes; e agiram com eles do
mesmo modo.
37. Por último enviu-lhes seu
filho, dizendo: respeitarão
meu filho.
38. Mas os lavradores, vendo o
filho, disseram entre si: este
é o herdeiro; vinde, matemo-
lo e tomemos sua herança.
39. E segurando-o, jogaram-no
fora da vinha e o mataram.
40. Quando, pois, vier o senhor
da vinda, que fará àqueles
lavradores?
41. Disseram-lhe: "Perderá
severamente os maus e entregará
a vinha a outros lavradores,
que lhe darão os
frutos na época própria".
42. Disse-lhes Jesus: "
Marc. 12:1-9
E começou a falar-lhes em
parábolas: "Um homem
plantou uma vinha, circundou-
a com uma cerca e cavou
um lagar e edificou
uma torre e entregou-a aos
lavradores e saiu do país.
2. E enviou aos lavradores, na
época, um servo para que
dos lavradores recebesse
dos frutos da vinha.
3. E recebendo-o, espancaram
e (o) devolveram vazio.
4. E de novo enviou a eles outro
servo; e a este feriram a
cabeça e ofenderam.
5. E enviou outro, e a este
mataram; e muitos outros,
e a uns espancaram, a outros
mataram.
6. Ainda tinha um, um filho
amado; enviou-o por último
a eles, dizendo: respeitarão
meu filho.
7. Aqueles lavradores, porém,
disseram entre si: este é o
herdeiro; vinde, matemo-lo
e nossa será a herança.
8. E recebendo-o, mataramno
e o lançaram fora da vinha.
9. Que fará, então, o senhor
da vinha? Virá e perderá os
lavradores e entregará a
vinha a outros.
Luc. 20:9-19
9.
Começou, pois, a dizer ao
povo esta parábola:
"Um
homem plantou uma vinha
e entregou-a a lavradores e
viajou muito tempo.
10. Na época enviou aos lavradores
um servo, para que
lhe dessem do fruto da vinha;
mas, espancando-o, os
lavradores o devolveram
vazio.
11. Resolveu enviar outro servo;
a este, eles, espancando
e ofendendo, devolveram
vazio.
12. E resolveu enviar um terceiro;
ferindo também este,
expulsaram.
13. Disse então o senhor da
vinha: Que farei? Enviarei
meu filho amado; este, provavelmente,
respeitarão.
14. Os lavradores, porém, vendo-
o, raciocinavam entre
eles: este é o herdeiro; matemo-
lo para que a herança
se torne nossa.
15. E lançando-o fora da vinha,
mataram. Que fará a eles o
senhor da vinha?
16. Virá e perderá esses lavradores,
e entregará a vinha a
outros". Ouvindo, porém,
disseram: Não se faça!
17. Ele, contudo, olhando-os,
disse: "Que é, então, este
escrito: Uma pedra que os
construtores recusaram,
essa transformou-se em caS
lestes nas Escrituras: Uma
pedra que os construtores
reprovaram, essa se transformou
em cabeça de ângulo;
ela foi transformada
pelo senhor e é maravilhosa
a nossos olhos?
44. (E o que cai sobre essa pedra,
será contundido; sobre
quem ela cair, ela o peneirará)."
43. Por isso digo-vos que será
tirado de vós o reino de
Deus e será dado a um povo
que faz os frutos dele.
45. E ouvindo os principais
sacerdotes e fariseus as parábolas
dele, compreenderam
que falou a respeito
deles,
46. E procurando apoderar-se
dele, temeram o povo, porque
o considerava profeta.
ângulo,
11. ela foi transformada pelo
senhor e é maravilhosa a
nossos olhos"?
12. E procuravam apoderar-se
dele, e temeram o povo,
pois sabiam que a respeito
deles disse a parábola. E
deixando-o, retiraram-se
beça de ângulo?
18. Todo o que cair sobre a
pedra, se contundirá; sobre
quem ela cair, ela o peneirará.
19. E procuravam os escribas e
principais sacerdotes pôr as
mãos sobre ele, na mesma
hora, e temeram o povo;
pois sabiam que para eles
disse esta parábola.
A parábola, comum aos três sinópticos (como a do "Semeador"), inicia com uma frase de Isaias (5:1-
2), em que o profeta descreve a nação israelita como uma vinha cultivada por YHWH. Esse início esclarece
com clareza insofismável que a parábola se referia aos judeus. A frase de Isaías é citada, por
Mateus, literalmente.
Uma vez plantada a vinha, foram providenciadas as defesas e utilidades: a palissada em volta, para
defendê-la contra as inundações das chuvas hibernais; o lagar (lat. tórcular, gr. lênós, hebr. yéqêb), que
consistia numa pedra com inclinação, cavando-se, em planos mais baixos, locais para onde escorria o
vinho que depois fermentava; a torre servia para que os encarregados da vinha pudessem subir para
vigiá-la: era a torre de vigilância.
Tudo preparado, o proprietário entregou avinha a um grupo de lavradores, para que a cuidassem, e fez
longa viagem fora do país (apedêmêsen, de apodêmô).
Na época da vindima, manda buscar "sua parte nos frutos", o que significa pretender receber não em
dinheiro, mas in natura.
Ocorre que todos os servos que envia são mal recebidos, espancados e até mortos. A alusão também se
torna explícita: os profetas enviados por YHWH, dono da vinha (Israel) regressavam de mãos vazias, e
muitos sofreram ofensas, pancadas e até a morte (cfr. Elias, Eliseu, Jeremias, Daniel, Zacarias e até o
Batista).
Daí Jesus passa a falar de si: por último, manda seu filho querido, dizendo: "a este respeitarão".
Na alegoria parabólica pode admitir-se. Na vida real, porém, é comportamento inconcebível. Se o proprietário
tem força para castigar os lavradores, como o fez mais tarde, por que mandar o filho sozinho,
e não com uma escolta para defendê-lo?
Os lavradores, que já se supunham donos da vinha (como o clero se julga dono da igreja e os sinedritas
se achavam donos de Israel), decidem matar o herdeiro, para legitimar a posse dos bens materiais.
Matam-no e jogam o cadáver fora do cercado da vinha (Marcos). Em Mateus e Lucas, o filho é morto
C. TORRES PASTORINO
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já fora, o que pode explicar-se pelo fato de ter Jesus sofrido a crucificação "fora da porta de Jerusalém"
(Hebr. 13:12) ou então por influência do que ocorria com o "bode expiatório", ou ainda do sucedido a
Naboth (1.º Reis, 21:13), que foi levado fora da vinha e lapidado. Parece, pois, que a lição original é a
de Marcos.
Esta foi a primeira vez que Jesus falou em Seu sacrifício perante o público, fora do círculo restrito de
Seus discípulos.
À pergunta: "Que fará o dono da vinha aos lavradores" temos, em Mateus, a resposta dada pelos ouvintes;
em Marcos e Lucas, dada pelo próprio Jesus. Agostinho (Patrol, Lat. vol, 34, col. 1142/3, "De
consensu") preocupa-se com essa divergência e dá uma explicação que não satisfaz, dizendo que "sendo
os discípulos membros de Jesus, as palavras deles Lhe podem ser atribuídas" (mérito vox iílorum
illi tribueretur, cujus membra sunt). Ora, não vemos importância maior em que a resposta seja colocada
na boca deste ou daquele, pois se trata de simples questão de estilo literário.
O teor da resposta é óbvio e lógico: o dono da vinha castigará aqueles lavradores e entregará a vinha a
outros honestos.
Lucas introduz um protesto popular, com uma expressão muito comum em latim ("absit!") e em grego
("mê génoito!"), que poderíamos dar com uma expressão bastante corrente entre nós: "Deus nos livre!".
Mas a alegoria foi tão clara, que todos os fariseus e sacerdotes perceberam que se referia a eles, embora
não pegassem o sentido daquele "Filho que foi assassinado", pois jamais aceitariam que esse fosse
Jesus. Nunca admitiriam que um operário-carpinteiro, que não pertencia ao clero sacerdotal "escolhido",
pudesse ser enviado divino, tal como hoje o Vaticano não aceitaria, em hipótese alguma, um leigo,
fora de seu quadro religioso, como emissário divino. Bastaria citar uma Joana d'Arc, um Lutero,
um Giordano Bruno, e a lista cresceria muito mais.
SABEDORIA DO EVANGELHO - CARLOS TORRES PASTORINO.
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