sexta-feira, 1 de março de 2013

EVANGELHO - ESMOLAS, ORAÇÃO, JEJUM IV

 Olá,

 MATEUS  CAP.6

16 E quando jejuais, não vos ponhais tristes como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para fazer ver aos homens que jejuam. 




Na verdade, vos digo, que já receberam sua recompensa. Aqui Jesus alude ao jejum espiritual. Ê a alma que deve jejuar e não o corpo. O jejum da alma são as expiações, por meio das quais se corrigem os erros do passado e purificam-se as imperfeições. Quando atravessarmos o período das expiações e o sofrimento nos chamar ao pagamento de dívidas antigas, não nos entreguemos ao desespero, a murmurações e a lamentações contra as leis divinas. Não nos revoltemos quando a dor impuser à nossa alma o jejum da felicidade terrena, para não perdermos a sagrada oportunidade do resgate, que a misericórdia do Pai nos oferece.

 17 Mas tu, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto. 18 A fim de que não pareças aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai, que está presente a tudo o que há de mais secreto; e teu Pai, que vê o que se passa em secreto, te dará a paga.
O jejum, que o Pai recompensa, pode ser de duas espécies: uma é a resignação ante as provas e as expiações.
Ante as provas, porque são os degraus da escada, que precisamos subir, para alcançar a Perfeição. Ante as expiações porque são os meios, pelos quais corrigimos os erros de nossas existências passadas.
A outra espécie de jejum é o esforço que fazemos, para nos libertarmos de nossas imperfeições. Quando perdoamos, quando abandonamos os vícios, quando alimentamos pensamentos puros, quando evitamos ser maldizentes, quando cumprimos rigorosamente nossos deveres, quando somos humildes, quando amamos nosso próximo, tudo isso constitui um verdadeiro jejum espiritual, muito meritório aos olhos de Deus.
Todavia, Jesus recomenda que esse jejum espiritual seja praticado na humildade de nosso coração, sem hipocrisia, sem alardes, o mais ocultamente possível, para que o orgulho não comprometa os resultados. Ao praticarmos o jejum espiritual, devemos notar que Deus não impede nem proibe que trabalhemos para suavizar nossas provas e nossas expiações. Ele nos deu a inteligência, justamente para melhorarmos, com nossos próprios esforços, as condições materiais e espirituais em que nos encontramos.
Nosso principal objetivo deve consistir em conseguirmos ser felizes aqui na Terra, como encarnados, e mais tarde como desencarnados, no mundo espiritual, para onde iremos. Devemos ser resignados, porque a resignação é um belíssimo jejum espiritual; contudo, jamais deixemos de lutar tenazmente para melhorar o estado em que estivermos. Resignação não éaceitar a vida com os braços cruzados: é trabalhar para progredirmos material e espiritualmente, confiantes na Providência Divina.
Ao dizer-nos Jesus que, quando jejuarmos, unjamos a cabeça e lavemos o rosto, ele nos ensina que recebamos com alegria as oportunidades de progresso espiritual. Ao passarmos pelas provas, alegremo-nos; depois delas, teremos conquistado mais um galardão espiritual. Ao sermos atingidos pelas expiações, alegremo-nos; depois delas, nosso perispírito se apresentará mais luminoso e nosso coração mais puro. E a alegria não deixará que os homens vejam a mortificação de nossa alma; mas Deus a vê e providenciará, segundo sua misericórdia e nosso merecimento.

Eliseu Rigonatti       O Evangelho dos humildes.

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