Olá,
Mateus cap. 6
19 Não queirais entesourar para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e
a traça os consomem e onde os ladrões os desenterram e roubam.
Ao contrário do que geralmente se crê, Jesus aqui não condena as
riquezas. As riquezas, quando utilizadas de acordo com a vontade divina,
propulsionam três ordens de progresso em nosso planeta, que são:
O progresso material, por fornecer trabalho ao povo; por melhorar as
condições físicas da terra; por criarem bem-estar e conforto para todos.
O progresso intelectual, por desenvolverem as artes e as ciências.
O progresso espiritual, por proporcionarem a seus detentores os meios
suficientes para a prática do bem em larga escala.
Jesus aqui nos ensina que não nos escravizemos às riquezas; não
façamos delas a finalidade de nossa existência. As riquezas são transitórias e
devem ser usadas como úteis instrumentos de trabalho, em benefício da
coletividade.
20 Mas entesourai para vós tesouros no céu, onde não os consomem a
ferrugem nem a traça e onde os ladrões não os desenterram nem roubam.
Se as riquezas terrenas são transitórias e concedidas a título precário, tal
não acontece com as riquezas espirituais.
O desencarne nos priva totalmente das riquezas terrenas, fazendo com que
entremos no gozo das nossas riquezas espirituais.
As riquezas materiais são emprestadas temporariamente por Deus,
segundo nossos deveres do momento; ao passo que as riquezas espirituais
são aquisições eternas do espírito.
Recomendando-nos que ajuntemos tesouros no céu, Jesus quer que
desenvolvamos as boas qualidades de nossa alma: a bondade, a moralidade, a
inteligência, a mansidão, a tolerância, o amor fraterno para com todos. E quer
que semeemos a maior soma possível de benefícios; porque as virtudes que
cultivarmos em nossas almas e as ações nobres que praticarmos, isso é que
constituirá nossa verdadeira e imperecível riqueza.
21 Porque onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração.
Sendo transitórias as riquezas terrenas, é um erro grave ligarmos nossos
corações a elas.
Porque as riquezas terrenas, às quais ligarmos nossos corações não
passarão de ilusões a atormentar-nos, quando o desencarne nos despertar
para a realidade da vida espiritual.
Liguemos nossos corações aos bens inamovíveis da alma,
que são: a caridade, o amor ao próximo, o estudo, a prece,
a fé, a esperança, a mediunidade quando exercida com devotamento e
abnegação, a pureza de pensamentos, de palavras
e de atos.
E a maneira pela qual podemos adquirir as riquezas espirituais, é impormonos
um rigoroso jejum espiritual. Cumpre notar que não é sem sacrifícios que
as obteremos. E o sacrifício que fazemos é extirparmos de nossa alma o
orgulho, a vaidade, o ódio, os preconceitos, os vícios, enfim o mal sob qualquer
forma que ele exista em nós.
O auxílio divino nunca faltará aos que lutarem para ligar seus corações às
verdadeiras riquezas da alma. E no fim da luta, que maravilhoso tesouro de
espiritualidade teremos! E quando entrarmos no gozo desse tesouro, veremos
que valeu a pena o sacrifício.
O Evangelho dosHumildes Eliseu Rigonatti.
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