Olá,
1 - Qual deveria ser a posição espírita, num eventual plebiscito sobre a
pena de morte?
A posição espírita, contrária à pena de morte, está claramente exposta em
“O Livro dos Espíritos”, no capitulo que trata da Lei de Destruição.
2 - E quanto aos espíritas que se dizem favoráveis à pena máxima, em
crimes hediondos, que chocam a opinião pública?
Certamente não estudaram com o devido cuidado os princípios
doutrinários.
3 - Não seria a pena de morte um eficiente recurso para dar um “choque”
de despertamento nos indivíduos tão comprometidos com a violência, que
parecem enquadrados num impasse evolutivo?
A autoridade suprema para esse “choque” é Deus. O Criador não delega
semelhante função aos legisladores humanos.
4 - Em época de exacerbamento da violência, não seria de inspiração
divina a idéia da pena de morte, com o propósito de coibi-la?
As leis divinas não mudam ao sabor das conveniências humanas. São
imutáveis. E está inscrito no Quinto Mandamento da Tábua da Lei, recebida por
Moisés no Monte Sinai, que Kardec reconhece, em “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, como a primeira revelação divina:
“Não matarás”. Isto se aplica a indivíduos e coletividades.
5 - Não é um tanto difícil aceitar o “não matarás” quando se sofre na própria
carne os efeitos da violência?
Sem dúvida. Mas é preciso considerar que, segundo milenar princípio, a
violência apenas gera violência. Ainda que relutemos em aceitar, a Doutrina
Espírita demonstra que as vítimas da violência estiveram envolvidas com ela
em existências anteriores.
6 - Fazendo abstração das Leis Divinas e considerando a necessidade de
leis humanas que atendam às contingências da época em que vivemos, não é
a pena de morte um castigo exemplar?
Por que castigo? A execução apenas liberta o criminoso dos liames
carnais, fazendo engrossar o contingente de Espíritos rebeldes e agressivos
que pressionam as criaturas humanas, induzindo-as a um comportamento
violento.
7 - Se os brasileiros escolherem a pena de morte, não teremos aí a
manifestação da vontade divina, considerando, segundo velho ditado, que “A
voz do povo é a voz de Deus’?
Os fariseus crucificaram Jesus dizendo-se inspirados por Deus. Árabes e
judeus trucidam-se hoje, julgando representar os interesses do Eterno. O
mesmo ocorre entre fanáticos católicos e protestantes, na Irlanda. Algumas das
piores atrocidades humanas foram cometidas por multidões que supunham
cumprir a vontade de Deus.
8 - Quais seriam as alternativas à pena de morte?
Começaremos a resolver o problema da violência combatendo suas
origens. Todos sabemos onde estão: miséria, fome, abandono, ignorância... O
saneamento desses males exige um trabalho gigantesco que jamais será
resolvido enquanto debitarmos as providências necessárias unicamente ao
governo, com a omissão da população em geral, com multidões agindo como
eremitas sociais, encasteladas no egoísmo.
RICHARD SIMONETTI NÃO PISE NA BOLA.
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