Olá,
MATEUS CAP 26
17 E no primeiro dos dias em que se comiam os pâes ázimos, vieram ter
com Jesus os seus discípulos, dizendo: Onde queres tu que te
preparemos o que se há de comer na Páscoa?
18 E disse Jesus: Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: O meu tempo
está próximo, em tua casa quero celebrar a Páscoa com meus
discípulos.
19 E fizeram os discípulos como Jesus lhes havia ordenado, e prepararam
a Páscoa.
20 Chegada pois a tarde, pôs-se Jesus à mesa com os seus doze
discípulos.
A Páscoa é uma cerimônia anual de agradecimentos a Deus, e remonta à
mais alta antigüidade. Foi instituida por Moisés em memória da saída do povo
hebreu do Egito, onde eram escravos. O Cristianismo recebeu esta herança do
Judaísmo, porém, não mais comemora por meio dela a partida das terras do
Egito; mas sim, atualmente, relembra, pela Páscoa, a ressurreição de Jesus. É
uma festa de alegria e de esperanças e essencialmente familiar, como o Natal.
É quando a família cristã recorda a gloriosa materialização do Mestre ante seus
discípulos, depois de ter desencarnado na cruz, provando que a morte não
existe, e que depois do túmulo a vida continua eterna e mais bela ainda.
Jesus mandou seus discípulos à casa dum tal, isto é, de quem melhor os
acolhesse; não havia preferências; onde fossem bem acolhidos, ali celebrariam
a Páscoa. Assim também os ensinamentos de Jesus se dirigem à humanidade,
sem preferências por determinada seita. Todavia, germinam apenas na alma
de quem preparou seu coração para bem recebê-los.
O meu tempo está próximo, é mais um aviso que Jesus faz a seus
discípulos. Indiretamente quis avisá-los de que sua missão estava quase
terminada aqui na terra.
21 E estando eles comendo, disse-lhes: Em verdade vos afirmo que um
de vós me há de entregar.
Como já sabemos, Jesus percebia o que se estava tramando a seu
respeito por meio da clarividência, faculdade que possuia em alto grau. Para
ele nada havia encoberto, pois, podia ver em quadros fluídicos o desenrolar
dos acontecimentos. Judas, que já tinha dado os passos necessários para
entregar o Mestre, emitia pensamentos que o denunciavam; e Jesus via os
quadros formados pelos pensamentos de Judas a respeito da traição.
A clarividência é uma faculdade da alma, que está sempre em relação com
o progresso espiritual, já conseguido pela alma. Quanto maior for o
adiantamento espiritual de um espírito, tanto maior será sua clarividência.
A clarividência de Jesus lhe permitia ler no perispírito de cada sofredor que
o procurava, o resultado das reencarnações passadas e o que pensava para o
futuro. Desse modo, ele verificava se o sofredor merecia ou não a cura que
solicitava.
A clarividência é o estado normal dos espíritos desencarnados; quando
encarnados, só excepcionalmente ela se manifesta, como, por exemplo, no
caso de Jesus. A matéria embota essa faculdade da alma; e para que o
espírito a possua, estando encarnado, é necessária muita renúncia, muito
desprendimento das coisas materiais, extrema dedicação a seus semelhantes,
e muita pureza de pensamentos.
22 E eles, muito cheios de tristeza, cada um começou a dizer: Porventura
sou eu, Senhor?
23 E ele, respondendo, lhes disse: O que mete comigo a mão no prato,
esse é o que me há de entregar.
Jesus aqui nos dá um belíssimo exemplo de amor, tolerância e perdão.
Apesar de saber que um de seus discípulos o trairia, nem por isso deixa de
tratar bem a todos, sem fazer distinção. O próprio discípulo culpado é admitido
à sua mesa com carinho e benevolência.
Os discípulos se entristeceram quando ouviram a afirmação de jesus,
porque conheciam o ódio que os sacerdotes lhe votavam. E por isso, recearam
que fossem compelidos a atraiçoarem o Mestre, embora não o quisessem. E
perguntado, Jesus lhe responde qué era um daqueles em quem confiara.
24 O Filho do homem vai certamente, como está escrito dele, mas ai
daquele homem por cuja intervenção há de ser entregue o Filho do
homem; melhor fora ao tal homem não haver nascido.
25 E respondendo Judas, o que o entregou, disse: Sou eu, porventura,
Mestre? Disse-lhe Jesus: Tu o disseste.
Jesus lhes explica que não recuaria ante o suplício. Entretanto, advertia o
traidor de que seu erro lhe acarretaria grandes sofrimentos para o futuro. E
assim foi: durante muitos séculos, Judas se reencarnou na terra, afrontando
inúmeros perigos e tormentos, sempre lutando pela sagrada causa de Jesus,
até se reabilitar da falta praticada. Sua falta se originou da falsa interpretação
que deu à missão de Jesus.
O Evangelho dos Humildes Eliseu Rigonatti
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