sexta-feira, 29 de março de 2013

EVANGELHO - A ÜLTIMA PÁSCOA. A SANTA CEIA

Olá,
MATEUS CAP 26

 17 E no primeiro dos dias em que se comiam os pâes ázimos, vieram ter com Jesus os seus discípulos, dizendo: Onde queres tu que te preparemos o que se há de comer na Páscoa? 18 E disse Jesus: Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: O meu tempo está próximo, em tua casa quero celebrar a Páscoa com meus 


discípulos. 19 E fizeram os discípulos como Jesus lhes havia ordenado, e prepararam a Páscoa. 20 Chegada pois a tarde, pôs-se Jesus à mesa com os seus doze discípulos.
A Páscoa é uma cerimônia anual de agradecimentos a Deus, e remonta à mais alta antigüidade. Foi instituida por Moisés em memória da saída do povo hebreu do Egito, onde eram escravos. O Cristianismo recebeu esta herança do Judaísmo, porém, não mais comemora por meio dela a partida das terras do Egito; mas sim, atualmente, relembra, pela Páscoa, a ressurreição de Jesus. É uma festa de alegria e de esperanças e essencialmente familiar, como o Natal. É quando a família cristã recorda a gloriosa materialização do Mestre ante seus discípulos, depois de ter desencarnado na cruz, provando que a morte não existe, e que depois do túmulo a vida continua eterna e mais bela ainda. Jesus mandou seus discípulos à casa dum tal, isto é, de quem melhor os acolhesse; não havia preferências; onde fossem bem acolhidos, ali celebrariam a Páscoa. Assim também os ensinamentos de Jesus se dirigem à humanidade, sem preferências por determinada seita. Todavia, germinam apenas na alma de quem preparou seu coração para bem recebê-los. O meu tempo está próximo, é mais um aviso que Jesus faz a seus discípulos. Indiretamente quis avisá-los de que sua missão estava quase terminada aqui na terra.

 21 E estando eles comendo, disse-lhes: Em verdade vos afirmo que um de vós me há de entregar.
Como já sabemos, Jesus percebia o que se estava tramando a seu respeito por meio da clarividência, faculdade que possuia em alto grau. Para ele nada havia encoberto, pois, podia ver em quadros fluídicos o desenrolar dos acontecimentos. Judas, que já tinha dado os passos necessários para entregar o Mestre, emitia pensamentos que o denunciavam; e Jesus via os quadros formados pelos pensamentos de Judas a respeito da traição. A clarividência é uma faculdade da alma, que está sempre em relação com o progresso espiritual, já conseguido pela alma. Quanto maior for o adiantamento espiritual de um espírito, tanto maior será sua clarividência. A clarividência de Jesus lhe permitia ler no perispírito de cada sofredor que o procurava, o resultado das reencarnações passadas e o que pensava para o futuro. Desse modo, ele verificava se o sofredor merecia ou não a cura que solicitava. A clarividência é o estado normal dos espíritos desencarnados; quando encarnados, só excepcionalmente ela se manifesta, como, por exemplo, no caso de Jesus. A matéria embota essa faculdade da alma; e para que o espírito a possua, estando encarnado, é necessária muita renúncia, muito desprendimento das coisas materiais, extrema dedicação a seus semelhantes, e muita pureza de pensamentos.

 22 E eles, muito cheios de tristeza, cada um começou a dizer: Porventura sou eu, Senhor? 23 E ele, respondendo, lhes disse: O que mete comigo a mão no prato, esse é o que me há de entregar. Jesus aqui nos dá um belíssimo exemplo de amor, tolerância e perdão. Apesar de saber que um de seus discípulos o trairia, nem por isso deixa de tratar bem a todos, sem fazer distinção. O próprio discípulo culpado é admitido à sua mesa com carinho e benevolência. Os discípulos se entristeceram quando ouviram a afirmação de jesus,  porque conheciam o ódio que os sacerdotes lhe votavam. E por isso, recearam que fossem compelidos a atraiçoarem o Mestre, embora não o quisessem. E perguntado, Jesus lhe responde qué era um daqueles em quem confiara.

24 O Filho do homem vai certamente, como está escrito dele, mas ai daquele homem por cuja intervenção há de ser entregue o Filho do homem; melhor fora ao tal homem não haver nascido. 25 E respondendo Judas, o que o entregou, disse: Sou eu, porventura, Mestre? Disse-lhe Jesus: Tu o disseste.
Jesus lhes explica que não recuaria ante o suplício. Entretanto, advertia o traidor de que seu erro lhe acarretaria grandes sofrimentos para o futuro. E assim foi: durante muitos séculos, Judas se reencarnou na terra, afrontando inúmeros perigos e tormentos, sempre lutando pela sagrada causa de Jesus, até se reabilitar da falta praticada. Sua falta se originou da falsa interpretação que deu à missão de Jesus.

O Evangelho dos Humildes            Eliseu Rigonatti

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