Olá,
Cada um permaneça na vocação em que foi chamado.
Um dos mais belos aspectos do Espiritismo é, sem dúvida, o que diz
respeito ao problema da fixação da mulher dentro do Lar.
E este fato, por si mesmo expressivo e jubiloso, evidencia, de maneira
incontestável, a influência da nossa Doutrina nos surtos de progresso que
assinalam, na atualidade, as conquistas humanas, influência segura e benéfica,
proveitosa e construtiva.
Os movimentos feministas têm-se revelado inoperantes, pelo menos até
hoje, uma vez que não conseguiram incutir, na mulher, a compreensão sublime
da tarefa que lhe cabe na preparação da Humanidade do porvir.
A verdade insofismável é que os lares se estão esvaziando na mesma
proporção em que os clubes se tornam cada dia mais frequentados.
Enquanto a música sem inspiração, a dança, a bebida e o jogo vão
consumindo a saúde e o dinheiro, o bom ânimo e a confiança de casais
invigilantes, milhares de crianças, de todas as idades, órfãs de pais vivos,
necessitadas de carinho e assistência, permanecem nos lares sob a guarda de
auxiliares nem sempre dedicadas.
Em outros casos, os adolescentes acompanham os genitores aos clubes,
ou buscam, eles próprios, ambientes onde esperam e procuram esvaziar, noite
a dentro, a taça do prazer e da ilusão.
Embora Paulo, traçando diretrizes sobre a estabilidade da família,
recomende aos Coríntios que “cada um permaneça na vocação em que foi
chamado” — isto é, a mulher no lar, educando e assistindo os filhos, e o
homem nos deveres inerentes à sua própria natureza — o que se percebe, na
atualidade, é que, enquanto os lares se despovoam, os clubes se repletam.
Deslumbrada por mirabolantes “slogans” de reivindicações de toda a sorte,
vai a mulher se deixando conduzir, pouco a pouco, pela estrada do
superficialismo, esquecida, lastimàvelmente, de que a mais importante
reivindicação que poderia fazer seria a de continuar reinando, soberana, em
seu Lar.
Não conhecemos postulação mais sublime, mais grandiosa, para a mulher:
esposa e mãe, companheira do seu companheiro, educadora dos seus filhos.
Se a Escola instrui, o coração materno educa.
Duas realidades, portanto, se afirmam:
1.’): — o despovoamento dos lares,
com os naturais e compreensíveis perigos à estabilidade do instituto doméstico;
2.) : — o rápido crescimento dos cassinos e buates, onde a futilidade e o vinho
fazem parelha com a desconfiança e a sedução, na vertiginosa corrida para o
mais rápido aluimento dos sagrados alicerces da família.
A mulher contemporânea, especialmente nos chamados “meios
civilizados”, procura ajustar-se, por esnobismo ou ingenuidade, ao falso
conceito de modernismo ou modernice.
Começa a perder, assim, sem que o perceba, como uma pessoa que se
embriaga à força de pequeninos e sucessivos goles, o gosto pelo Lar, a
satisfação de ser a companheira dos seus filhos.
O ambiente requintado dos clubes alegra-lhe mais o coração do que a
simplicidade, o recato do santuário doméstico, onde se plasmam os caracteres e de onde partem, para o mais incerto dos incertos destinos, os futuros
cidadãos do mundo.
ESTUDANDO O EVANGELHO MARTINS PERALVA
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