domingo, 2 de março de 2014

1869, p. 354

Olá,

“Esses fenômenos, trazidos à moda pelo atrativo da curiosidade, se tornaram uma diversão, e tentaram a cupidez das gentes sob o pretexto de que isso seria novidade, na esperança de encontrar uma porta aberta.
As manifestações pareciam uma matéria maravilhosamente explorável, e mais de um sonhava em se fazer um auxiliar de tal indústria; outros viam uma variante da arte de adivinhação, um meio talvez mais seguro que a cartomancia, a borra de café, etc..., para conhecer o porvir e descobrir as coisas ocultas, porque, segundo a opinião de então, os Espíritos deviam tudo saber.
Desde que essa gente viu que a especulação escorregava de suas mãos e tendia à mistificação, que os Espíritos não vinham lhes ajudar a fazer fortuna, lhes dar os bons números de loteria, lhes ler a sorte verdadeira, lhes fazer descobrir tesouros ou recolher as heranças, lhes dar qualquer uma boa invenção frutuosa e patenteável, suprir a sua ignorância e lhes dispensar de todo trabalho intelectual e material, então os Espíritos não serviriam para nada, suas manifestações não seriam senão ilusões. Da mesma forma que eles haviam promovido o Espiritismo, enquanto que eles tiveram a esperança de lhe retirar um lucro qualquer, da mesma forma o denegriram quando veio o desapontamento. Mais de um crítico que o escarneceu o retrataria nas nuvens se lhe houvesse feito descobrir um tio na América ou ganhar na Bolsa.”
 Allan Kardec

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