segunda-feira, 3 de março de 2014

Evangelho - A PARÁBOLA DO SEMEADOR IV

Mateus Cap. 13

 19 Todo aquele que ouve a palavra do reino e não a entende, vem o mau e arrebata o que se semeou em seu coração; este é o que recebeu a semente junto da estrada.

 Explicando a parábola do semeador, Jesus retrata a categoria espiritual de cada um a quem é endereçada a palavra divina. Aqui vemos os indiferentes; achegam-se ao Evangelho, ouvem as lições e retiram-se; seus corações não sentem os ensinamentos e, por comodismo, acham mais fácil abandoná-los; são terrenos ainda não preparados para a semeadura.


 20 Mas o que recebeu a semente no pedregulho, este é o que ouve a palavra, e logo a recebe com gosto; 21 Porém ela não tem em si raiz, antes é de pouca duração e quando lhe sobrevém tribulação e perseguição por amor da palavra, logo se escandaliza.

 Aqui vemos os entusiastas e os discípulos de primeira hora, os quais depressa se cansam de seus trabalhos espirituais Aceitam o Evangelho mas o abandonam tão logo tenham de fazer qualquer esforço para pô-lo em prática. O entusiasmo deles se esfria ao receberem a mais ligeira crítica contra a doutrina que abraçaram ou ao surgirem dificuldades para segui-la.
Quando se defrontam com as provas e as expiações perdem o amor pela doutrina, esquecidos de que têm dívidas de encarnações anteriores para resgatarem e erros para corrigirem. Contudo nada se perde no planeta: em futuras reencarnações continuarão o trabalho de compreensão da Verdade.

22 E o que recebeu a semente entre espinhos, este é o que ouve a palavra, porém os cuidados deste mundo e o engano das riquezas, sufocam a palavra e fica infrutuosa.

 Temos aqui aqueles que ao ouvirem a palavra divina, comparam as coisas materiais com as espirituais e se decidem pelas materiais, por parecer-lhes um caminho mais fácil e mais cômodo;
são almas de pequenino desenvolvimento espiritual, que se acomodam melhor nas facilidades que a matéria proporciona.
Dos males é preferível sempre o menor; é mais conveniente que assim procedam do que tomarem um compromisso divino e depois desistirem dele, o que lhes acarretaria consequências desastrosas.
É natural que assim aconteça, por que se ao falharmos com nossos compromissos terrenos temos de arcar com as consequências, o mesmo sucederá se falharmos com o compromisso divino. Recomendamos por conseguinte, aos médiuns e a todos os trabalhadores espirituais, que antes de se comprometerem e de assumirem responsabilidades espirituais, meçam muito bem suas forças e verifiquem, cuidadosamente, se estão aparelhados para a tarefa, a qual uma vez iniciada, não poderá ser interrompida nem pelos cuidados do mundo, nem pelos encargos das coisas materiais.

 23 E o que recebeu a semente em boa terra, este é o que ouve a palavra e a entende e dá fruto e assim um dá a cento e outro a sessenta e outro a trinta por um.

Eis aí a personificação do adepto sincero; abraça os ensinamentos divinos, esforça-se por praticá-los e trabalha no campo espiritual sem medir sacrifícios. E cada um produzirá de acordo com seu adiantamento espiritual; uns mais e outros menos. Esta comparação de Jesus dizendo que uns dão cem, outros sessenta e outros trinta por um, significa que na seara do Senhor há trabalho para todos, desde o mais pequenino ao mais letrado, desde o mais pobrezinho ao mais bem situado no mundo. Não há escolha de classe social, nem de cor, nem de fortuna, nem de credos nem de intelectos; todos podem produzir segundo suas capacidades e posses. Evidentemente, os mais esclarecidos trabalhadores são os que aceitam a sobrevivência da alma e a reencarnação e repelem as religiões dogmáticas.

Eliseu Rigonatti            O Evangelho dos humildes

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