Olá,
Como jovem arrolas queixas e azedumes, apontando o fracasso das gerações transatas, derrapando nos desfiladeiros da insensatez, em busca de novos desencantos.
Anotas erros que se sucedem na chamada “sociedade de consumo”, com prevenções injustificáveis e complexas, sem que apresentes qualquer programa correto de elevação eficiente.
Repassas mentalmente as conquistas tecnológicas destes dias, acusas os familiares e genitores que debandam da intimidade doméstica para as lutas externas, entregando os filhos a servos e a escolas-maternais, a creches e jardins de infância, do que resultam desamor e desajustes irreversíveis.
A “volta às origens”, que preconizas, inspirada na rebeldia contra a organização social, impõe-te reações que fazem esquecer os patrimônios da inteligência para açularem os instintos que se desgovernam, conspirando lamentavelmente contra a vida...
Requisitas justificações para a fuga da realidade, evadindo-te na direção dos alucinógenos e do sexo em desalinho, flutuando, desde então, em sonhos fantásticos que se transformam em altas cargas esquizofrênicas nos tecidos sutis do espírito encarnado...
São de todos os tempos, porém, as lutas juvenis laborando por afirmação, renovando estruturas sociais e econômicas, ativando interesses artísticos e culturais, abrindo horizontes dantes jamais sonhados nas paisagens da Ciência.
Doutrinas cínicas medraram sempre desde Diógenes que estruturava o seu pensamento ético na concepção do desrespeito à ordem, fundamentando as suas lições no culto à liberdade excessiva em detrimento da liberdade mesma que devia existir entre as demais pessoas à sua volta...
Floresceram, também, os motivadores da ação edificante que enobreceram a espécie humana,
fazendo-a sobreviver às calamidades e impulsionando o ser na direção da saúde e da relativa felicidade que já alguns podem fruir mesmo na Terra.
Jovem, não é apenas aquele que dispõe de aparelhagem fisiológica nova.
A juventude é estado interior que resulta do otimismo e da elevação a que se vincula o homem, inspirado pela indestrutibilidade do espírito — única segurança para quem empreende a tarefa da própria paz.
Jovens há que envelheceram nos compromissos negativos e não podem recomeçar, amargurados e amargurantes como se encontram. Enquanto outros, idosos, estão rejuvenescidos pelo ideal que esposam sem envelhecerem na caducidade dos propósitos em que insistem.
Corpo jovem não indica posição ideal da vida, antes é compromisso para com a própria evolução.
Espíritos amadurecidos no bem, em se emboscando nos corpos, refletem na indumentária de que se utilizam para avançar as condições de equilíbrio e sensatez, com que impulsionam a máquina do progresso.
O mesmo ocorre com os espíritos em experiências iniciais da programática evolutiva, que apenas exteriorizam as paixões do instinto e as expressões da forma sem maiores vôos para as elevadas aspirações.
Não cogites, pois, de considerar pelo corpo o valor do homem.
Enquanto se pode marchar sem remorsos nem constrições mantém-se a juventude, possui-se a condição de mocidade para sustentar a jornada.
Constrói, desse modo, o amanhã, desde hoje, enquanto jovens são as tuas carnes e poderosas as tuas forças, dinamizando as possibilidades fomentadoras da harmonia, a fim de que o teu amanhã te chegue com bênçãos de paz, mediante o legado de gerações felizes, para os quais colaboraste, pelo sentido da ordem e do dever retamente cumprido à semelhança de Jesus, que, aos 12 anos, já superava os doutores da Lei, e, ao partir da Terra, muito jovem, renovou pelo exemplo todas as paisagens do planeta e plantou as bases do Novo Mundo, para cuja construção foste chamado e na qual te encontras.
“Foge também das paixões da mocidade e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com aqueles que invocam o Senhor com um coração puro”.
2ª Epístola de Paulo a Timóteo: capítulo 2º, versículo 22.
“Desde pequenina a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. Ao estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combate-los, sem esperar que lancem raízes profundas”.
E.S.E Cap. 14º — Item 9, parágrafo 8.
Joanna de Ângellis/Divaldo P. Franco Florações Evangélicas
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