Olá,
Na antiguidade clássica os gregos elucidavam que o homem é um animal
racional e que para alcançar o pleno desenvolvimento deve utilizar-se
da razão.
A conquista da razão, no entanto , dá-se mediante o esforço desenvolvido
pelo uso da mente, por um método ordenador.
A mente pode tornar-se o céu ou o inferno de cada criatura, conforme o
direcionamento que dê ao seu pensamento.
O cultivo das idéias que se derivam das paixões , induz a distúrbios
que alienam e brutalizam, dificultando o predomínio do discernimento.
O discernimento resulta do exercício da arte de pensar , que deve
crescer de forma adequada, favorecendo o homem com a percepção do ser e
do não-ser , do correto e do errado, do justo e do abominável.
Duas proposições surgem como metodologia correta para o desenvolvimento
da razão , para o uso do discernimento: pensar sempre e o que se deve
pensar.
No primeiro caso, educação através do pensar constante, já que a sua
função desenvolve os próprios centros pelos quais se manifesta,
dilatando a capacidade para fazê-lo sempre.
Indispensável lutar contra a preguiça mental, geradora da desatenção, da
sonolência, da dificuldade de concentrar-se.
Eleger o tipo de pensamento a cultivar , constitui passo de alta
importância para que o discernimento manifeste a consciência, na eleição
dos códigos de comportamento que se incorporarão à existência...
Diz-se que ninguém vive sem pensar, e a afirmação é equivocada. Todos os
que transitam nas faixas primárias da evolução pensam pouco ou quase
nada.
Vítimas dos impulsos da sua natureza animal, deixam-se arrastar pelas
tendências e instintos até o momento compulsório em que lhes chega luz a
razão, propelindo-os ao exame dos acontecimentos e da conduta.
Outros , que já alcançaram essa fase, por falta de hábito de pensar ,
deixam-se anestesiar e acomodam-se aos fatos e fenômenos existenciais,
sem os estímulos inteligentes para galgarem patamares mais elevados.
O discernimento propicia ao ser pensante o amadurecimento psicológico e
por extensão , de natureza afetiva. Descobre, então , a própria
importância no grupo social, no qual se movimenta , empenhando-se
para dar conta dos deveres que lhe cumpre desenvolver.
Alarga-se-lhe o horizonte da compreensão humana e o amor abrangente por tudo e todos assoma-lhe e predomina nos seus sentimentos, responsável
pela conduta saudável, promotora da felicidade.
Essa consciência que discerne, faculta a intuição da transcendência da
vida, ampliando as possibilidades de desenvolvimento intelecto-moral ,
que se direcionam ao infinito da perfeição relativa.
Desse modo, a conquista do discernimento e da consciência brinda a
criatura humana com a plenitude, que espera e tem sido decantada pelos
mártires e apóstolos , pelos santos e sábios de todos os tempos , de
todas as culturas , de todas as épocas.
Passando pela fieira das reencarnações , o espírito desenvolve os
conteúdos superiores que nele jazem em germe e , ao contato com as
experiências da razão faculta as condições para que se desenvolvam,
dignificando o seu possuidor e promovendo-o à realização plenificadora,
meta dos renascimentos, objetivo para o qual todos fomos criados.
ALLAN KARDEC reflexiona sobre o assunto , conforme a questão de número
189, que se encontra em O Livro dos Espíritos , a saber :
Desde o início da sua formação , goza o espírito da plenitude de
suas faculdades ?
Não , pois que para o espírito como para o homem , também há
infância. Em sua origem , a vida do espírito é apenas instintiva. Ele
mal tem consciência de si mesmo e de seus atos . A inteligência só pouco
a pouco se desenvolve. O desenvolvimento da inteligência e do sentimento
dá origem à consciência , ao discernimento.
Joanna de Ângellis/Divaldo P. Franco Momentos de consciência
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