segunda-feira, 17 de junho de 2019

Vigilância - LUCIDEZ

Olá,

 Enquanto vivermos de forma mecânica, irrefletida e sem a intervenção consciente da lucidez e do discernimento, nos privaremos de possuir uma mente tranqüila e um coração pacificado.

Como seguidores de Jesus Cristo, todos nós o buscamos como o Caminho, a Verdade e a Vida. Encontramos nele a palavra de sabedoria, a inspiração e a mensagem renovadora. Por outro lado, podemos igualmente descobrir outras fontes de conhecimento extraordinárias, através de ensinamentos superiores transmitidos por homens notáveis e líderes espirituais - arautos do Cristo na Terra —, lições que maravilhosamente reforçam o ensino cristão, ao invés de enfraquecê-lo.

Se observarmos esses "luminares da fé", veremos que todos compartilhavam da mesma base ou convicção, cujas raízes estavam fundamentadas em Deus e nas leis divinas ou naturais.
Eles — os cooperadores do Mestre de Nazaré - tornaram a mensagem cristã mais forte, mais robusta, mais sólida, com seus exemplos e lições de compaixão, trabalho interior, perseverança, perdão, paciência e paz.
Ao estudarmos as filosofias e religiões orientais, podemos nos certificar de que Buda jamais se declarou um deus ou um salvador, mas afirmava ser uma criatura que atingira a iluminação por meio da auto-reflexão; ou um caminhante que encontrara o próprio caminho.
Buda não induzia as pessoas a adorá-lo, mas a seguir suas experiências de vida e seus exercícios espirituais, a fim de que cada um encontrasse a própria iluminação. Ele indicava o caminho da auto-realização, todavia jamais se proclamou um caminho a ser seguido.
Na verdade, Buda receava que as pessoas pudessem vir a adorá-lo, porque sabia que é mais cômodo adorar algo ou alguém do que descobrir por si só a essência divina que existe no âmago da própria alma.
O termo Buda quer dizer "desperto ou iluminado". Seu nome de nascença era Sidarta (do clã Gautama e da tribo dos Sáquias); ele foi um príncipe cujo pai governou Kapilavastu, cidade do nordeste da Índia, próxima à fronteira do Nepal. Sidarta Gautama dizia: "A pessoa sábia, que corre quando é hora de correr e que diminui o ritmo quando é hora de diminuir, é profundamente feliz, porque tem suas prioridades bem estabelecidas".
Somente quando estamos em contato com nosso momento atual é que vemos as coisas com lucidez; e, em virtude disso, nossas prioridades ficam bem estabelecidas.
"Ter presença" é ser espectador do próprio estado íntimo naquilo que sente ou realiza. É possuir ao mesmo tempo uma visão clara tanto do mundo interior como do exterior.
Consulta Allan Kardec os Obreiros da Vida Maior: "A visão dos Espíritos é circunscrita como nos seres corpóreos?" E eles respondem: "Não, ela reside neles." 1
 A visão dos Espíritos Superiores está estabelecida na sua intimidade, quer dizer, ela não está restrita a algum lugar, mas é uma lucidez que abrange toda a alma.
Quem vê e compreende claramente as coisas possui disposição, vontade, humor e coragem, pois não fica "arrebatado pelo futuro" nem "preso ao passado".
Só quando estamos em contato com nós mesmos é que adquirimos perfeita visão de como diminuir ou aumentar o ritmo das coisas em nossa vida.
Viver prazerosamente fundamenta-se em ver com clareza íntima como estão agindo em nós o desejo e o apego. No desejo, corremos ansiosamente a fim de conquistar a qualquer preço o que não temos. No apego, paralisamos o passo, agarrando-nos a tudo aquilo que já possuímos.
 Buda alerta que não devemos permitir que o julgamento dos outros determine quem somos e o que devemos sentir ou fazer.
A propósito, não devemos deixar que o ponto de vista dos outros decida a hora de correr, desacelerar o passo ou parar completamente.
 Se nós deixarmos que os elogios e as críticas das pessoas afetem nosso "senso íntimo", então seremos prisioneiros do juízo alheio e perderemos a alegria de viver.
 Estar em contato com nós mesmos é estar ligado inteiramente na própria alma.
Nosso mundo íntimo tem como atividade natural uma função denominada "mensageira", que nos traz, por meio dos sentimentos, os sinais que nos permitem proteger e dirigir a própria existência. Precisamos perceber e valorizar nossos sentimentos e emoções, porque eles são o sal da nossa vida. Disse Jesus: "Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens."2
"Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros."3
Diz-se popularmente que uma "criatura insossa" não tem graciosidade, é desinteressante e monótona; pudera, ela não age baseada nas suas sensações interiores. Só quando os nossos sentimentos são reconhecidos, observados e estudados claramente em suas manifestações físicas e espirituais é que gravita em torno de nós uma aura de autonomia e segurança; e, a partir daí, seremos respeitados e valorizados.
As emoções são as melhores informantes do nosso mundo interior e exterior; elas nos avisam, acima de tudo, sobre aquilo que devemos ou não fazer. É observando-as com atenção e submetendo-as ao nosso bom senso que saberemos como nos conduzir nas relações sociais, afetivas, profissionais e outras tantas.
O desejo e o apego, privados da consciência reflexiva, estreitam nossa visão de felicidade, descartando novas possibilidades de uma vida pacífica e alegre. Enquanto vivermos de forma mecânica, irrefletida e sem a intervenção consciente da lucidez e do discernimento, nos privaremos de possuir uma mente tranquila e um coração pacificado.

' Questão 245 A visão dos Espíritos é circunscrita como nos seres corpóreos? "Não, ela reside neles. " 2 Mateus, 5:13
 3Marcos, 9:50

Hammed/Franncisco do E.S.Neto                          " Prazeres da Alma "

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