Olá,
“... Assim, pois, aqueles que pregam ser a Terra a única
morada do homem, e que só nela, e numa só existência, lhe é
permitido atingir o mais alto grau das felicidades que a sua
natureza comporta, iludem-se e enganam aqueles que os
escutam...” O E.S.E. Cap, 5, item 20.
As estradas que nos levam à felicidade fazem parte de um
método gradual de crescimento íntimo cuja prática só pode ser
exercitada pausadamente, pois a verdadeira fórmula da felicidade é
a realização de um constante trabalho interior.
Ser feliz não é uma questão de circunstância, de estarmos
sozinhos ou acompanhados pelos outros, porém de uma atitude
comportamental em face das tarefas que viemos desempenhar na
Terra.
Nosso principal objetivo é progredir espiritualmente e, ao
mesmo tempo, tomar consciência de que os momentos felizes ou
infelizes de nossa vida são o resultado direto de atitudes distorcidas
ou não, vivenciadas ao longo do nosso caminho.
No entanto, por acreditarmos que cabe unicamente a nós a
responsabilidade pela felicidade dos outros, acabamos nos
esquecendo de nós mesmos.
Como consequência, não administramos,
não dirigimos e não conduzimos nossos próprios
passos. Tomamos como jugo deveres que não são nossos e
assumimos compromissos que pertencem
ao livre-arbítrio dos
outros. O nosso erro começa quando zelamos pelas outras pessoas
e as protegemos, deixando de segurar as rédeas de nossas
decisões e de nossos caminhos.
Construímos castelos no ar, sonhamos e sonhamos
irrealidades, convertemos em mito a verdade e, por entre ilusões
românticas, investimos toda a nossa felicidade em relacionamentos
cheios de expectativas coloridas, condenando-nos sempre a
decepções crônicas.
Ninguém pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós
mesmos é que regemos o nosso destino. Assim sendo, sucessos
ou fracassos são subprodutos de nossas atitudes construtivas ou
destrutivas.
A destinação do ser humano é ser feliz, pois todos fomos
criados para desfrutar a felicidade como efetivo patrimônio e direito
natural.
O ser psicológico está fadado a uma realização de plena
alegria, mas por enquanto a completa satisfação é de poucos, ou
seja, somente daqueles que já descobriram que não é necessário
compreender como os outros percebem a vida, mas sim como nós
a percebemos, conscientizando-nos de que cada criatura tem uma
maneira única de ser feliz.
Para sentir as primeiras ondas do gosto
de viver, basta aceitar que cada ser humano tem um ponto de vista
que é válido, conforme sua idade espiritual.
Para ser feliz, basta entender que a felicidade dos outros
é também a nossa felicidade, porque todos somos filhos de Deus,
estamos todos sob a Proteção Divina e formamos um único rebanho,
do qual, conforme as afirmações evangélicas, nenhuma
ovelha se perderá.
É sempre fácil demais culparmos um cônjuge, um amigo ou
uma situação pela insatisfação de nossa alma, porque pensamos
que, se os outros se comportassem de acordo com nossos planos e
objetivos, tudo seria invariavelmente perfeito.
Esquecemos, porém,
que o controle absoluto sobre as criaturas não nos é vantajoso e
nem mesmo possível.
A felicidade dispensa rótulos, e nosso mundo
seria mais repleto de momentos agradáveis se olhássemos as
pessoas sem limitações preconceituosas, se a nossa forma de
pensar ocorresse de modo independente e se avaliássemos cada
indivíduo como uma pessoa singular e distinta.
Nossa felicidade baseia-se numa adaptação satisfatória
à nossa vida social, familiar, psíquica e espiritual, bem como numa
capacidade de ajustamento às diversas situações vivenciais.
Felicidade não é simplesmente a realização de todos os
nossos desejos; é antes a noção de que podemos nos satisfazer
com nossas reais possibilidades.
Em face de todas essas conjunturas e de outras tantas que
não se fizeram objeto de nossas presentes reflexões, consideramos
que o trabalho interior que produz felicidade não é, obviamente,
meta de uma curta etapa, mas um longo processo que levará
muitas existências, através da Eternidade, nas muitas moradas da
Casa do Pai.
Hammed/ Francisco do E.S. Neto " Renovando Atitudes "
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